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julho 27, 2024
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Como o zebu ajudou o Brasil a formar um rebanho de alta genética

Raça chegou ao país há cem anos e se adaptou ao clima tropical, fazendo crescer o número de animais; hoje são 212 milhões de cabeças

Escoltado por uma matilha barulhante de fox-paulistinhas, o touro Nasik Perboni, de 9 anos, desfila sua 1,15 tonelada no pasto da Fazenda Ipê Ouro, em Uberaba, no Triângulo Mineiro. Grande campeão da Exposição Internacional do Nelore (Expoinel) em 2012, uma das mais importantes exposições da raça, o touro coleciona títulos de melhor reprodutor e tem 27 mil filhos.

Nasik  é o orgulho do veterinário Arnaldo Manuel de Souza Machado Borges, dono do animal em parceria com a HRO Empreendimentos e Agropecuária Ltda, de Arandu (SP). Proprietário da Ipê Ouro, ele orientou a escolha dos animais em 300 mil acasalamentos de bovinos em fazendas de todo o Brasil. É um número expressivo.

Poucos especialistas conseguiram igualar a marca de Arnaldo, resultado do empenho técnico e da atuação em várias regiões do país. Ele é presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), entidade cuja sede fica em Uberaba e que está comemorando 100 anos de existência.

Arnaldo, de 66 anos, que seleciona bovinos das raças nelore e gir, faz parte da terceira geração de uma família de fazendeiros. “A criação teve início em 1906, com meu avô. Depois, meus pais viveram na Ipê Ouro por 60 anos”, diz.

Formado pela Universidade Federal de Minas Gerais, em 1976, ele assumiu o comando da fazenda em 1980. A funcionalidade do gado sempre esteve no foco da genética e do manejo na Ipê Ouro. “O animal deve ser fértil, ter bom temperamento, habilidade materna, funcionalidade e carcaça. O importante é a produção de carne. Nossos touros possuem origem e pedigree.”

Ele lembra que o pai foi pioneiro em programas de melhoramento genético, ferramenta que modernizou a pecuária brasileira, ao permitir que o criador conheça com antecedência o resultado produtivo de um touro por meio de informações genéticas para depois usá-lo na reprodução. Além de agregar valor ao rebanho, tem a vantagem de reduzir o custo de produção.

Enche os olhos observar a pastagem verdejante, farta e bem cuidada de braquiarão, mombaça e tanzânia da Ipê Ouro. As dezenas de árvores espalhadas pelos pastos propiciam sombra e conforto ao gado, assim como os bosques refrescantes. Lá tem uma frondosa árvore chamada jambolão, originária da Índia, pátria de nascimento das raças zebuínas, como as duas criadas na Ipê Ouro. As condições naturais de manejo influenciam a docilidade do gado.

O rebanho da Ipê Ouro reúne 300 matrizes nelore e 60 matrizes gir. “Usamos inseminação artificial e fertilização in vitro (FIV)”, diz Arnaldo. A fazenda comercializa animais em leilão na própria sede e este ano vai montar um shopping na ExpoZebu, que está marcada para o período de 27 de abril a 5 de maio.

Fonte: Globo Rural

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