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julho 27, 2024
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Agrishow 2019: APTA ensinará técnica que viabiliza produção de maracujá em áreas contaminadas com a morte prematura

Tecnologia é usada por diversos produtores da Alta Paulista, região responsável por 25% da produção da fruta em São Paulo

Os fruticultores que visitarem a Agrishow 2019 terão a oportunidade de aprender a técnica de enxertia de maracujá, que ajuda a prevenir a morte prematura, doença que pode causar até 100% de perda das plantas e inviabilizar a produção em áreas contaminadas. Os treinamentos serão realizados no estande da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.

A técnica proposta pela Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA) é usada por diversos produtores da Alta Paulista, região responsável por 25% da produção de maracujazeiro do Estado de São Paulo e que produz cerca de cinco mil toneladas da fruta por ano. Antes de usar a tecnologia os produtores ficavam expostos aos prejuízos provocados pelo fungo, podendo chegar a 100%, dependendo do nível de infecção. “A tecnologia pode ser adotada em outras regiões do Estado e do País. A cultura do maracujá é interessante para pequenos produtores, por oferecer o mais rápido retorno econômico entre as frutíferas, e uma receita distribuída pela maior parte do ano”, afirma José Carlos Cavichioli.

Segundo o pesquisador da APTA, a morte prematura não tem tratamento. Quando afetada pelo patógeno, certamente a planta morrerá. A aplicação de defensivos agrícolas não tem sido uma solução eficiente, sendo a melhor opção para os agricultores é o controle preventivo.

A doença é atribuída à associação de fungos de solo, nematoides e bactérias, que atacam o sistema radicular e que se manifestam e dizimam rapidamente, causando a morte das plantas em plena fase produtiva. “O uso de enxertia tem sido a solução para o plantio em áreas com histórico da doença, locais em que as produções são inviabilizadas por conta dos fungos patogênicos presentes no solo”, diz.

A tecnologia desenvolvida no Polo Regional de Adamantina da APTA consiste na utilização de espécies tolerantes à morte prematura como porta-enxerto, já que todas as variedades de maracujá azedo existentes são suscetíveis à doença. As pesquisas mostram que a melhor espécie para uso no porta-enxerto é o Passiflora gibertii, conhecido como maracujá-de-veado, e que o método de enxertia mais eficiente é o de garfagem do topo em fenda cheia, com pegamento de até 90%. A técnica pode ser realizada quando as plantas apresentam idade de 40 dias, aproximadamente, e deve ser feita na altura de cinco a 10 cm da região do colo da planta.

Segundo Cavichioli, a técnica é recomendada para locais com a ocorrência do fungo. “Em áreas com o histórico da doença, a produção de enxertado é maior, por não existir morte das plantas. Em condições normais, ou seja, em áreas sem histórico da doença, a produção de maracujazeiro enxertado é menor do que a sem enxerto”, explica.

Enxertia

Apesar de ser bastante utilizada na citricultura e viticultura, a enxertia ainda é pouco empregada nos plantios de maracujá. A explicação, segundo Cavichioli, é que os produtores ainda não possuem informações suficientes para utilizar a técnica.

“Os porta-enxertos são espécies tolerantes aos patógenos habitantes do solo. Eles servem de base para a instalação de cultivares com características comerciais desejáveis, que está na copa da planta e responde pela produção. Queremos ensinar essa técnica ao pequeno produtor de maracujá, que pode reduzir os danos causados pela morte prematura”, explica Cavichioli.

Fonte: Fernanda Domiciano

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