25.5 C
Franca
novembro 25, 2024
Agricultura

Métodos de Irrigação – sistemas, características e aplicações

Quando a água da chuva deixa de ser suficiente, a aplicação artificial tende a ser uma saída. Normalmente, em locais onde se espera certa irregularidade e escassez de chuva, sistemas de irrigação são implantados para que essa demanda hídrica seja suprida, e junto com outras práticas agronômicas ocorram resultados satisfatórios na colheita. 

Diversos são os métodos e sistemas, aqui veremos alguns utilizados na agricultura irrigada.

Um a um

No método de irrigação superficial, a água é distribuída através da gravidade pela área. Na sua elaboração existe a necessidade de certa sistematização em relação a nivelamento, construção de diques e manutenção de canais. 

Quando comparado com outros métodos e sistemas, o custo acaba sendo menor, a erosão maior, com menor perda de água por evaporação e maior perda por percolação e escoamento. Através dos sulcos, a água é transportada paralelamente à linha de plantio, movimentando-se ao longo do declive. Essa distribuição é feita de maneira uniforme e sem controle. 

No sistema por inundação, a água é distribuída em toda a superfície de forma permanente ou temporária. Esse sistema não é aconselhado em solos arenosos e com culturas sensíveis à saturação do solo na zona da raiz. 

Na irrigação por aspersão, semelhante à chuva, temos os sistemas mecanizado e convencional. Neste método, ocorre um maior investimento, e normalmente é recomendado quando a demanda por água é mais frequente e em menor quantidade.

Além disso, com a aspersão temos interferência da umidade relativa do ar e do vento na aplicação.  É um método que possibilita o uso em solo com desnível; e levando em conta a demanda hídrica da planta de forma correta, a erosão não se torna um problema.

No sistema mecanizado, como no pivô central, a água é distribuída na lavoura através de aspersores em barras localizadas sobre torres que se movem através do acionamento de um sistema mecânico. Essa distribuição pode ser totalmente automatizada e com bom controle das lâminas aplicadas. Normalmente é utilizado em áreas consideradas grandes. Além disso, o custo com energia deve ser levado em consideração.

Autopropelido

Ainda dentro do sistema mecanizado, o autopropelido do tipo carretel enrolador faz a introdução de água na área através de um único aspersor do tipo canhão após a transformação de energia hidráulica em mecânica.

Nesse sistema temos uma maior pressão, de 500 kPa a 1.000 kPa, e menor controle do tamanho das gotas de água, podendo ser prejudicial tratando-se de culturas mais frágeis. É um sistema adaptável a diversos tamanhos de áreas, sendo preferencialmente planas, porém, o consumo de energia acaba sendo elevado, em comparação a outros sistemas de aspersão. 

No sistema convencional os aspersores podem ser fixos, semifixos ou móveis, sem a utilização de um sistema mecânico sobre rodas, como nos pivôs. 

Água localizada

Na irrigação localizada, o princípio é a aplicação próxima ao sistema radicular da cultura, sendo feita de forma controlada e uniforme, permitindo um bom aproveitamento. O investimento tende a ser elevado e com custos devido à reposição de canalização. 

Neste método, a erosão do solo acaba sendo minimizada. Os sistemas mais usados são o gotejamento e a microaspersão localizada. No gotejamento a água é conduzida por baixa pressão, variando de 50 a 200 kPa, através de canalizações, liberando gotas pontuais. 

Esse sistema de irrigação permite que a água seja distribuída em formato de bulbo molhado no solo, onde a parte mais saturada se localiza mais próxima à superfície. 

Na microaspersão localizada a água é distribuída em uma pequena circunferência ou faixa, onde ocorre a exploração das raízes. Nesse sistema, a pressão pode variar de 100 a 300 kPa; os componentes são os mesmos do gotejamento, exceto pelo emissor utilizado. 

Método subsuperficial

No método de irrigação subsuperficial a aplicação de água ocorre abaixo do sistema radicular da planta. É menos expressivo, quando comparado com os outros métodos, mas também utilizado. 

É um método que possui baixo requerimento de potência e pressão, e boa eficiência na aplicação, com consequente redução de perda de água. O custo inicial pode ser elevado; podendo ocorrer entupimentos por intrusão das raízes, entre outros. A irrigação subsuperficial pode ser empregada através do gotejamento ou também da elevação do lençol freático.

Em todos os métodos o bombeamento da água até o local da irrigação é feito quando necessário. Dado o exposto, antes da escolha do método e sistema a ser adotado, deve-se observar a topografia, o solo, a cultura a ser trabalhada, o clima, a disponibilidade e a qualidade da água, bem como aspectos ambientais e econômicos. 

Além disso, o manejo e monitoramento especializado da irrigação é um incremento para quem busca controle e, consequentemente, bons resultados.

Related posts

Associação Brasileira da Indústria de Café abre leilão dos melhores cafés do Brasil.

Fabrício Guimarães

RENOVABIO MOVIMENTA GRANDES GRUPOS EM BUSCA DA EMISSÃO DE CRÉDITOS DE DESCARBONIZAÇÃO

Fabrício Guimarães

Ministério da Agricultura tem corte de 53% de emendas parlamentares em dois anos

Fabrício Guimarães

Deixe um comentário

Usamos cookies para melhorar sua experiência no site. Aceitar Leia Mais