Região no interior paulista concentra 300 produtores e coleciona prêmios pela qualidade do grão
O Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) publicou nesta terça (3/12), o reconhecimento da Indicação Geográfica (IG), na espécie Indicação de Procedência (IP), para a região do Vale da Grama (SP), como produtor de café. É a 17ª região produtora de café com IG. Com esse registro, passa para 124 o número de IGs brasileiras, sendo 95 IPs e 29 DOs (Denominação de Origem). O Inpi também reconhece outras 10 DOs estrangeiras.
O nome geográfico Vale da Grama refere-se à produção do município de São Sebastião da Grama, que está situado a mais de 1.000 metros de altitude, o que favorece a produção de café arábica de qualidade. O vale concentra cerca de 300 produtores com área plantada de 6.700 hectares e produção média de 154 mil sacas.
A área destaca-se por suas condições climáticas favoráveis e solo fértil, que contribuem para o cultivo de grãos de café com características distintas. A fertilidade do solo relaciona-se com sua origem vulcânica, o que confere ao café notas cítricas.
Outros atributos sensoriais dos cafés do Vale da Grama são um corpo médio alto, finalização prolongada, com notas de caramelo cítrico e alto teor de doçura, devendo a bebida atingir no mínimo 80 pontos na tabela da Specialty Coffee Association (SCA).
O registro atesta que um determinado produto ou serviço tem qualidades especiais graças à origem geográfica. Segundo a coordenadora de Tecnologias Portadoras de Futuro do Sebrae, Hulda Giesbrecht, a Indicação Geográfica visa agregar valor ao produto e proteger a cultura de plantio da região.
As outras IGs de café no Brasil são: Alta Mogiana, Campo das Vertentes, Canastra, Caparaó, Chapada Diamantina, Espírito Santo (conilon), Mantiqueira de Minas, Matas de Minas, Matas de Rondônia (robusta amazônico), Montanhas do Espírito Santo, Norte Pioneiro do Paraná, Região de Garça, Região do Cerrado Mineiro, Região de Pinhal, Oeste da Bahia e Sudoeste de Minas.
História
A produção de café no Vale da Grama vem desde a segunda metade do século XIX, quando o clima ameno e o acesso a fontes de águas de qualidade atraíram as primeiras famílias produtoras de café, incluindo imigrantes europeus, para a região. A colheita continua a ser predominantemente manual.
Em 2021, cafeicultores da região ficaram entre os finalistas do Cup of Excellence, o mais importante concurso de qualidade de café do país. No mesmo ano, os produtores se destacaram no 1º Concurso do Terroir da Região Vulcânica, ganhando quatro das seis principais premiações do evento, e também foram premiados em concurso na França.
