20.7 C
Franca
dezembro 3, 2024
AgriculturaNotíciasPecuária

O agronegócio de São Paulo Os números do PIB do Agronegócio deixam evidente a influência da produção agrícola e pecuária sobre outros segmentos

A atividade primária, isto é, aquela diretamente ligada à produção vegetal e animal, foi a principal responsável pelo ótimo desempenho do agronegócio no Estado de São Paulo no ano passado. Com crescimento estimado em 19,7%, o chamado segmento primário – que inclui o trabalho “dentro da porteira da fazenda”, como dizem os especialistas – estimulou todos os demais segmentos do agronegócio, que, no resultado acumulado, cresceu 7,4% em 2016.

Esse resultado, que engloba todo o ano de 2016, é um pouco superior à estimativa apresentada em fevereiro, com dados até outubro. O estudo é de responsabilidade da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da Universidade de São Paulo. A pesquisa mostra que dois itens dos quais o Estado de São Paulo é líder da produção nacional – açúcar e laranja, que registraram, respectivamente, aumentos de mais 45% e de mais de 35% no valor da produção –, foram os que mais impulsionaram o agronegócio paulista.

Os números do PIB do Agronegócio – Estado de São Paulo elaborado pela duas instituições deixam evidente a influência da produção agrícola e pecuária, isto é, do segmento primário, sobre outros segmentos. Embora responda por apenas 11% do valor da produção do agronegócio paulista, o segmento primário, por seu notável desempenho, impulsionou os demais. Assim, a despeito da queda na produção e nas vendas de importantes itens, os demais setores que compõem a cadeia produtiva do agronegócio do Estado de São Paulo também registraram crescimento expressivo no ano passado. Esses setores, além do primário, ou “dentro da porteira”, são o de insumos, formado pelas “indústrias antes da porteira”; o industrial, que processa parte da produção agropecuária; e o de serviços.

Mesmo registrando o desempenho mais modesto entre todos esses setores, o de insumos teve expansão de 4,8%. A forte contração dos investimentos em máquinas e equipamentos agrícolas, reflexo da baixa confiança dos produtores, foi compensada pelo crescimento do faturamento dos segmentos de combustíveis, fertilizantes e defensivos.

Além do açúcar, por causa do grande aumento do volume produzido, e da laranja, cuja produção foi estimulada pela forte recuperação dos preços internacionais, o segmento primário foi favorecido pelo expressivo aumento da produção de outros itens de peso relevante no volume total, como algodão e café.

O setor industrial cresceu 5,9%, sobretudo por causa das indústrias de café, óleo de soja, açúcar e etanol. Das indústrias cujo desempenho é acompanhado de perto pela pesquisa da Fiesp e do Cepea, a açucareira foi a que mais cresceu no ano passado, estimulada tanto pelo aumento da produção como pela recuperação dos preços. No caso do etanol, a queda da produção foi mais do que contrabalançada pelo aumento dos preços reais.

Uma combinação de fatores bastante favoráveis compensou os impactos dos fatores negativos. O principal destes é a persistência da crise em que o País mergulhou em 2014 em razão do desastre da política fiscal do governo de Dilma Rousseff. Seus resultados são, entre outros, a deterioração do mercado de trabalho, que levou 14,2 milhões de trabalhadores ao desemprego, reduziu a renda real dos que conseguiram manter-se no emprego e fez cair drasticamente a demanda interna. A crise reduziu os investimentos públicos e privados e provocou a forte redução do Produto Interno Bruto (PIB) nos dois últimos anos.

Começa-se, por meio de reformas e outras medidas de austeridade fiscal, a restabelecer o equilíbrio das contas do governo e, assim, a eliminar do cenário econômico o principal gerador das incertezas com relação ao futuro próximo. Quanto mais rápido o empresário recuperar a confiança, mais rápida será a retomada do crescimento. Por seu desempenho recente, o agronegócio mostra estar adequadamente preparado para esse momento.

Fonte: O Estado de S.Paulo

Related posts

Ministra critica imagem negativa sobre agronegócio

Fabrício Guimarães

EMATER-MG faz levantamento das agroindústrias familiares de minas gerais

Fabrício Guimarães

VBP da agropecuária fica estável em

Fabrício Guimarães

Deixe um comentário

Usamos cookies para melhorar sua experiência no site. Aceitar Leia Mais