Previsão indica porção relevante do país sob chuvas fortes e ininterruptas
O Brasil vai enfrentar um período de chuvas intensas que podem comprometer a colheita da soja em uma grande faixa do país. Serão 15 dias de precipitações frequentes no Sudeste, Centro-Oeste, em áreas do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) e na região Norte, segundo informações da Rural Clima.
Os mapas de acumulados dos próximos 15 dias indicam chuvas de mais de 200 milímetros e, em algumas áreas, esses volumes pode chegar até aos 600 milímetros em regiões específicas da faixa central do país. A consultoria destaca os Estados de Roraima, Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais, São Paulo e norte de Mato Grosso do Sul.
Em paralelo, uma frente fria chegou à região Sul nesta quinta-feira (23/1) e as pancadas de chuva retornaram ao Rio Grande do Sul. Segundo Marco Antônio dos Santos, agrometeorologista da Rural Clima, as condições começaram a aliviar algumas perdas ocorridas nas lavouras gaúchas nesses primeiros dias de 2025 diante de tanta secura. “Algumas áreas tiveram a última chuva antes do Natal”, exemplificou.
Com o avanço dessa frente fria, o fim de semana será bastante chuvoso no Sul e no Sudeste, mas a diferença é que nos Estados do Sul a chuva deve ser irregular e intercalada com dias de tempo aberto. Já no Sudeste e Centro-Oeste, forma-se uma Zona de Convergência que mantém a chuva por toda a próxima semana em grande parte da faixa central.
“Será muita chuva, tanto na última semana de janeiro quanto na primeira de fevereiro”.
A previsão liga o alerta para a colheita da soja, porque grande parte da oleaginosa será colhida até dia 20 de fevereiro. “Muita atenção, porque há previsão de 15 dias de chuvas extremamente recorrentes e fortes”.
Além disso, Santos indica a formação de invernadas, que são períodos de frentes frias que duram entre cinco e sete dias e causam chuvas persistentes e volumosas. A combinação de umidade e pouca luminosidade aumenta o risco para o surgimento de doenças, como a ferrugem asiática na soja.
Além da colheita, a logística também deve ser afetada, com dificuldades no transporte e deslocamento das cargas de soja pelas estradas do Brasil.