Raça de origem indiana chama a atenção por seu porte físico. Animais podem custar entre R$ 10 a R$ 20 mil
O boi da raça punganur, embora esteja no Brasil desde a década de 1960, ganhará um RG nacional a partir de maio. O animal veio da Índia e chama a atenção por seu porte físico, possui formato de cabeça e rusticidade parecidas com outras raças zebuínas, mas apresenta grande diferença de altura. Mesmo depois de adulto, normalmente, não passa de um metro. É considerado um mininelore, a raça que predomina no rebanho brasileiro.
O cadastramento da raça não era feito, porque há poucos criadores no país e a quantidade de animais no campo também é desconhecida. O que se sabe é que eles estão bastante espalhados – existem alguns animais no Pará, outros em Minas Gerais e outros em Recife.
Com os registros, será possível iniciar um trabalho de melhoramento genético da raça, fazendo crescer o rebanho. A entidade responsável pelo cadastro é a Associação Brasileira de Criadores de Zebu (ABCZ), que possui um banco de dados com informações de todo o rebanho zebuíno do Brasil e é considerado o maior “cartório” do mundo. Atualmente, o país conta com 212 milhões de cabeças de gado em pastagens.
O registro já foi aprovado pelo conselho deliberativo técnico da ABCZ e autorizado oficialmente pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). O primeiro gado Punganur a ganhar RG será registrado no dia 2 de maio, conforme a entidade de criadores.
O pecuarista Marco Antonio Andrade Barbosa é um dos criadores que fará o registro dos animais. Ele possui oito fêmeas e um macho, que ficam em sua fazenda em Uberaba (MG). Marco conta que, por não haver muita oferta da raça, o preço do animal é alto. “Hoje, com o quadro de oferta apertado, um animal fica em torno de R$ 10 a R$ 20 mil. Futuramente, com a seleção, melhoramento genético e aumento da oferta, tende a cair”, diz. O criador reforça que o animal é “um nelore de tamanho pequeno – cabeça, chifre, musculatura, cupim, só muda o tamanho.”
Origem
O gado punganur é originário da Índia. Lá é usado em regiões montanhosas para transporte de cargas em lugares onde animais de grande porte não conseguem se locomover. É uma raça milenar e segundo a ABCZ, os primeiros exemplares chegaram ao Brasil e foram comercializados na Bahia, em 1960.
Fonte : CASSIANO RIBEIRO E SEBASTIÃO NASCIMENTO