A qualidade do café produzido no Brasil é reconhecida mundialmente. Especialistas de todos os lugares do planeta ressaltam várias características que tornam a bebida de origem brasileira, única. No entanto, nos últimos dias algumas publicações colocaram em xeque o nível de excelência dos cafés Tradicionais e Extrafortes – os tipos mais consumidos no país – em relação aos Gourmets ou Especiais.
Imediatamente, de forma acertada, a Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC) emitiu um artigo em que defendeu a qualidade da bebida tradicional e extraforte, ressaltando que “a distinção diz respeito somente ao perfil sensorial do café”. O Conselho Nacional do Café (CNC) concorda integralmente com a colocação da Abic.
Não podemos confundir gosto com qualidade. Cada paladar é atendido e agradado de forma diversa. Para falarmos de excelência temos que olhar para os programas de desenvolvimento do setor cafeeiro como um todo.
Desde 1989, o Programa Permanente de Controle da Pureza do Café (PPCPC), criado pela ABIC, tem impulsionado o consumo através da melhoria da qualidade do café ofertado no mercado nacional. “O PPCPC é um programa de autorregulamentação voluntário, onde as empresas associadas da ABIC aceitam participar para serem fiscalizadas segundo as regras estabelecidas pelo regulamento do programa, em atendimento as regras exigidas, é concedida às empresas a autorização ao uso do Selo de Pureza que comprova a certificação de seus produtos”, diz o site da associação.
O Selo de Pureza atesta que o produto é PURO, ou seja, não possui adulterações ou misturas, portanto, a integralidade do produto é constituída de 100% Café, o que garante a segurança dos alimentos e respeito ao consumidor. Assim, sugerimos que os consumidores busquem cafés que contam com esse Selo de Pureza.
Outro ponto a ser ressaltado está no fato do nível de cuidado dos produtores, independentemente do tipo de café produzido, se Arábica ou Conilon. Cada lavoura recebe tratamento especial com foco na qualidade dos grãos. Todo o processo, da escolha do terreno (terroir), perpassando pela definição da muda a ser plantada, depois o manejo especial dedicado para o crescimento e produtividade da planta, vindo a colheita e o momento de pós-colheita. Cada um desses pontos é acompanhado por produtores preocupados com o produto que oferecerão ao mercado, independentemente se interno ou para exportação.
Cumpre analisar que as experiências de consumo são diferentes: a pessoa que tem o costume de beber um café extraforte ou tradicional quando consome um produto gourmet ou especial tende a acha-lo mais fraco. Já aqueles acostumados com os especiais, julgam ser os tradicionais mais amargos.
É fundamental reiterar as palavras de Celírio Inácio, Diretor executivo da ABIC, que assim explica a questão: “Cada consumidor tem predileção por diferentes sensações com o café. Apontar essas categorias como de baixa qualidade por apresentarem paladar mais amargo é desinformar o consumidor, e vai contra os ideais da Associação”.
Por fim, convidamos os consumidores a conhecerem os projetos e programas de difusão das experiências de consumo, promovidos pelas associações, conselhos e demais órgãos. Sugerimos o acesso ao site https://www.abic.com.br/tudodecafe/, que traz informações sobre o método correto de preparo de cada tipo de café, dicas importantes, a relação que a bebida tem com a saúde humana, entre outros. Temos a convicção de que a experiência de consumo pode mudar a maneira como muitos enxergam a qualidade do café consumido no Brasil.
Por CNC.