Marcelo Jordão Filho, J.B. Matiello, Leandro Andrade e Lucas Ubiali – Engs Agrs Fundação Procafé e Gabriel Devoz e Eduardo Lima – Engs Agrs Estagiários Fundação Procafé
Os espaçamentos na lavoura de café influenciam na produtividade, por planta e por área, e no manejo, dos tratos e da colheita dos cafeeiros. Atualmente, vêm sendo adotados espaçamentos na forma de renque, com menores distâncias entre plantas na linha e maiores aberturas nas entre-linhas, combinando produtividade e facilidades no manejo. Nas variedades as mais cultivadas, são a Catuai e o Mundo Novo.
Com a introdução de novas variedades, que variam em porte, arquitetura de planta, maturação e susceptibilidade a doenças e ao stress hídrico, é preciso verificar o efeito de interação, dessas características, com o espaçamento adotado no plantio.
A região da Mogiana, em São Paulo, possui uma cafeicultura em áreas plano-onduladas, onde se emprega muito a mecanização dos tratos. A adequação de espaçamentos, para diferentes variedades, às condições edafo-climaticas da região é importante, para dar respaldo a essa cafeicultura. Com essa finalidade está sendo conduzido um estudo na Fazenda Experimental de Franca, da Fundação Procafé, em altitude de 1025 m. O ensaio foi instalado com a metodologia estatística usual, com repetições, sendo testados 3 espaçamentos na linha, 0,5 , 0,6 e 0,7 m, com 5 variedades, mantendo, em todas, a mesma distância na rua, de 3,5 m. As variedades usadas estão apresentadas na tabela 1.
Os cafeeiros foram plantados em dezembro de 2017, seguindo-se os tratos culturais normais de nutrição, controle de pragas e doenças etc. A partir de 2020 foi introduzida a irrigação no ensaio. Para avaliação do ensaio foram feitas as colheitas, já disponíveis as 5 primeiras.
Os resultados de produtividade dos cafeeiros, nas 5 primeiras safras e sua média, nas 5 variedades/cultivares e nos 3 espaçamentos, estão colocados, de forma resumida, na tabela 1. Pode-se verificar que, quanto aos espaçamentos na linha, houve vantagem produtiva para a menor distância, de 0,5m, sendo que, na média de todas as variedades e nas 5 safras, representou cerca de 10,6% a mais do que a 0,60 m e 12% a mais do que a 0,70 m. Houve variação desse comportamento na cultivar MN 376-4, que foi mais produtiva no espaçamento de 0,7 m. Com relação às variedades, na média de todos os espaçamentos na linha, houve superioridade para as cultivares Arara , Acauã 7/52 (Graúna) e Catucai A 2 SL. Na média das 5 safras e em todos os espaçamentos, a cultivar Arara produziu 66 % a mais do que o Catuai V 99 e 51 % a mais do que o MN 376-4. As cultivares Grauna e Catucai amarelo 2 SL foram, também, mais produtivas, nessas 5 safras iniciais, respectivamente, com 46% e 36 % a mais do que o padrão Catuai V 99.
Conclui-se, com base nos resultados das 5 primeiras safras, que –1) A distância de 0,5 m na linha foi mais produtiva para a todas as cultivares, à exceção da cultivar MN 376-4, que teve melhor produtividade na distância de 0,7m. 2- Todas as 3 cultivares novas mostraram produtividades superiores aos padrões Catuai e Mundo Novo, com acréscimos produtivos, sobre a média das 2 cultivares padrões, de 69%, 46% e 30 %, respectivamente, favoráveis às cultivares Arara, Grauna e Catucai amarelo 2 SL. 3- Houve maior destaque para as cultivares Arara e a Graúna, que se mostraram mais produtivas em todas as distâncias na linha.
