17.9 C
Franca
setembro 18, 2024
Notícias

Café subiu na sexta-feira, mas pressão no mercado é de baixa

Contratos de café chegaram a operar abaixo de US$ 1 por libra-peso em Nova York (Foto: Fabiano Accorsi/Ed. Globo)

Os preços do café arábica na Bolsa de Nova York encerraram a sexta-feira com leve alta, mas sem representar um alívio para a pressão sobre os papeis de prazo mais curto, que não superaram a barreira de US$ 1 por libra-peso. Analistas de mercado falam em indicadores técnicos negativos e na taxa de câmbio como fatores para a atual situação da cotações.

As variações nos primeiros contratos foram de 65 pontos, o que representa menos de um cent de alta. Maio fechou cotado a US$ 0,9780 por libra-peso, chegando a operar a US$ 0,96 durante o dia. Julho fechou em US$ 1,0045 por libra, próximo da máxima do dia. Na mínima da sessão, a negociação com entrega para daqui quatro meses chegou a US$ 0,99.

“Foi um ajuste por causa de um real um pouco mais firme”, avalia Rodrigo Costa, diretor de trading da Comexim, nos Estados Unidos. Na sexta-feira (15/3), o dólar caiu em relação ao real no câmbio comercial, cotado a R$ 3,82.

O arábica vem caindo pelo menos desde do final de janeiro. O contrato de maio registrou a máxima do ano em 24 de janeiro: US$ 1,0990 por libra. De lá até a sexta-feira (15/3), acumulou baixa de 11,01%. Em 2 de janeiro, tinha ajustado para US$ 1,0265. Julho não é diferente. Desde a máxima de 2019, de US$ 1,1265 em 25 de janeiro, caiu 10,83%. Na primeira sessão do ano (2/1), tinha fechado a US$ 1,0545.

Para Rodrigo Costa, a tendência é dos preços se manterem em patamares mais baixos, podendo operar em níveis inferiores a US$ 1 por um período de até dois anos. A não ser que haja um evento climático significativo para a produção de café ou uma mudança de patamar nas taxas de câmbio.

Ele lembra que importantes produtores, como Colômbia e Vietnã, estão exportando grandes volumes. O Brasil registrou novo recorde mensal em fevereiro, de acordo com o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (CeCafé): 3,4 milhões de sacas de 60 quilos. Na safra 2018/2019 (julho-fevereiro), foram 27,9 milhões e, em 12 meses, de 37,2 milhões de sacas.

“O mercado não tem nenhuma pressa de subir, seja pela disponibilidade recente, seja pela futura. Embora o Brasil vá entrar em um ano-safra deficitário em 2019/2020, há estoque e, com um prognóstico de clima normal, pode haver um novo recorde de produção daqui dois anos”, analisa.

Em balanço semanal, o Conselho Nacional do Café (CNC) destaca que a situação reflete no mercado físico brasileiro. Neste mês o indicador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), acumula alta de 0,57%, mas se mantém abaixo dos R$ 400 por saca de 60 quilos. Em fevereiro, a referência baseada em São Paulo teve queda de 4,44%.

Nesta semana, representantes do CNC se reuniram com o governo para tratar de medidas para minimizar os efeitos dos atuais níveis de preços. Segundo a entidade, as alternativas discutidas foram o lançamento de contratos de opção ou leilões de prêmio de escoamento e equalização de preços (PEP e Pepro).

Para o Escritório Carvalhaes, a situação atual do mercado traz um ambiente de preocupação para a cafeicultura brasileira. Em boletim semanal, a empresa destaca que, em função do movimento internacional, o fechamento de negócios no mercado físico foi “difícil e “limitado”.

Ainda assim, foi possível encontrar um cereja descascado de bom preparo a valores entre R$ 440 e R$ 410 a saca. A mesma faixa de preços foi praticada para cafés finos a extra finos de Minas Gerais e da região da Mogiana Paulista. Um grão de bebida dura e bem preparado saía de R$ 385 a R$ 395 a saca.

Fonte: Globo Rural

Related posts

Colheita de café entra na reta final, mas padronização dos lotes preocupa

Fabrício Guimarães

FALTA DE ENERGIA ELÉTRICA PODE ACABAR ATRAVÉS DO USO DE BIOPRODUTOS

Governo Federal anuncia liberação de recursos para agricultura na abertura da AGRISHOW 2019

Fabrício Guimarães

Deixe um comentário

Usamos cookies para melhorar sua experiência no site. Aceitar Leia Mais