Pancadas bastante isoladas podem acontecer, mas não solucionam seca extrema
Nos últimos dias, o céu está encoberto por uma camada cinza de fumaça no Brasil Central causada pelos incêndios que se alastram em diferentes Estados. Além disso, o país enfrenta uma seca severa e os níveis de umidade têm atingido diariamente índices considerados emergenciais pela Organização Mundial da Saúde (OMS) abaixo de 12%, principalmente nos Estados do Centro-Oeste e do Sudeste.
Neste momento, o Brasil também está sob os efeitos de uma onda de calor, indica o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), e não há perspectiva de que as chuvas regulares voltem tão cedo às regiões mais afetadas pelo forte calor e seca.
Segundo Josélia Pegorim, meteorologista da Climatempo, a previsão é que “boas chuvas” não aconteçam pelo menos até meados de outubro. “Nós só vamos pensar nas pancadas de chuvas diárias a partir da segunda quinzena de outubro”.
O modelo europeu de previsão analisado pela Rural Clima sinaliza chuvas na última semana de setembro diante da possibilidade de novas frentes frias que vão surgir no país. Isso até pode trazer certa umidade para Estados como Rondônia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Espírito Santo e Rio de Janeiro.
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“Porém, essas chuvas serão irregulares. Dificilmente veremos em setembro chuvas generalizadas que abrangem uma grande região ou um Estado inteiro”, afirma o agrometeorologista da Rural Clima Marco Antonio dos Santos.
Em linha, os especialistas concordam que não há chance para chuvas abrangentes e seguidas suficientes para reverter o quadro de seca neste momento. “Não adianta uma pancada de chuva e passarmos mais 10, 15 dias sem nada de precipitação”, salienta Josélia, da Climatempo.
Marco Antonio dos Santos pondera que, segundo os modelos analisados, é unânime que a partir do momento que as chuvas se estabilizarem, seja no começo ou no meio de outubro, “elas não param mais, assim como vimos em outros anos”.
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As regiões que seguem com chuva no Brasil ao longo de setembro são a faixa litorânea do Nordeste e o extremo oeste da região Norte, na divisa do Amazonas com a Colômbia e o Peru.
Além disso, a partir da quinta-feira (12/9), uma frente fria avança sobre o Rio Grande do Sul e leva chuvas ao Estado.
De acordo com Santos, da Rural Clima, essas chuvas serão “extremamente benéficas” para manter o solo com bons níveis de umidade que favorecem o desenvolvimento das lavouras de inverno e também para o início e continuidade do plantio do milho no Rio Grande do Sul e em partes de Santa Catarina. No geral, a região Sul segue com um clima mais ameno, temperaturas mais baixas e “uma chuva boa por semana”.
Esse sistema deve chegar também ao Paraná no fim de semana. Isso significa que os três Estados da região Sul e até parte do sul de Mato Grosso do Sul e parte do sul e oeste de São Paulo podem ter chuva no sábado (14/9) e domingo (15/9). No entanto, as instabilidades não têm força suficiente para chegar ao interior do país.
