“O produtor que investe em apenas uma commodity fica sujeito a riscos muito específicos, de clima, que traz impactos diretos na hora da comercialização”. O alerta é feito por Anthony Andrade, Head de Consultoria do Rabobank Brasil, que recomenda ter uma “estratégia e critérios para avaliar o melhor momento para diversificação”.
Mas então, como diversificar? “O primeiro passo é alcançar maturidade no negócio atual com os ganhos de escala, que oferecem aos produtores vantagens como poder de negociação na compra de insumos, emprego de maquinário com mais potência, tecnologia embarcada e maior produtividade, bem como a diluição de despesas e custos fixos”, explica ele.
Vencida essa etapa, ressalta Andrade, “no momento em que o produtor atinge certa maturidade nos negócios, ou seja, quando o ganho de escala já não traz melhoras significativas nas margens, é a hora de começar a pensar em diversificar os investimentos, que podem ser tanto voltados para outra commodity, como outra região ou outro elo da cadeia, como o beneficiamento ou a industrialização”.
De acordo com o especialista, cada negócio tem sua própria complexidade operacional, comercial e financeira, fatores que devem estar no radar dos produtores: “Exigências de solo e clima, logística, modelo de comercialização, necessidade de capital de giro, demandas tecnológicas, de capital humano, etc. É importante fazer uma análise profunda de mercado e de viabilidade dos investimentos e, a partir dos dados, desenvolver um planejamento minucioso, para que se consiga o retorno esperado”.
“Ao investir em um novo negócio, o produtor deve definir os objetivos de curto, médio e longo prazos. Para reduzir riscos e entender melhor o modelo de negócio e seus ritmos de produção, é possível começar com um projeto-piloto, desde que competitivo. No entanto, é importante saber, desde o início, se o negócio tem potencial para ser escalado e se tornar relevante, pois, do contrário, acará sendo uma distração do negócio principal. Por isso, o planejamento e acompanhamento constantes dos mercados nacionais e internacionais são fundamentais para determinar a melhor estratégia de diversificação”, conclui.