Por Thamires
O setor produtivo e o mercado de café estão em alerta com a baixa carga da safra de 2022
A safra baixa de café para 2022 já era esperada. No entanto, em pleno andamento da colheita, que começou um pouco atrasada, todo setor tem se assustado com o cenário. A Fundação Procafé afirma que a situação foi informada e o atual cenário está dentro do previsto para a safra 22 nas principais regiões produtoras, como, Sul de Minas, Mogiana e Cerrado Mineiro.
“O que o mercado está assustado é porque não chega café, mas o que havíamos previsto de redução na safra, é o que está acontecendo. No entanto, o mercado acreditava que não seria tão drástico como estávamos dizendo. De um modo geral estão todos assustados com isso. Pra nós, está dentro da normalidade e é o que esperávamos. A geada foi grande e tivemos diversos fatores que impactaram para que essa safra não fosse boa”, explicou o pesquisador Alysson Fagundes.
Ele ainda puxa um breve histórico desta safra lembrando que o crescimento dela em 2021, foi ruim. Além da geada que impactou severamente a safra, ainda ouve o fator seca. “Tivemos uma seca na pré-florada. Após essa seca tivemos excesso de chuva e temperaturas baixíssimas no pós-florada. E o mês de outubro foi totalmente atípico, muito chuvoso e com temperaturas muito baixas. Então a safra de 2022 ser ruim, pra nós não é surpresa nenhuma”.
Em relação ao rendimento da safra, Alysson destaca que temos peneiras altas este ano, com excelente bebida e a falta de chuva vem como um fator positivo para essa safra, mas preocupante para a safra seguinte
A falta de chuva nessa safra segundo a Procafé já liga um alerta de luz amarela para a safra seguinte. Isso porque 2022 antecede a florada que vai culminar na safra 23. “O que estamos vendo nesse momento já está pior do que vimos em 2021, que veio essa safra desse ano. A depender do tamanho do problema para 2023, pode sim faltar café no mercado. Porque nós estamos vindo de um 2021 péssimo, um 2022 muito ruim e caminhando para um 2023 com problema. Tomara que nos próximo meses de julho e agosto as chuvas comecem mais cedo e amenizem esse problema”.
A falta de chuva que pode ocasionar em problemas sérios na safra 2023, também pode colocar o Brasil em situação delicada. Vindo de dois anos consecutivos com problemas na safra devido as ocorrências climáticas, a safra de 2023 prioritariamente precisa ser boa, conforme destaca Alysson.
“É muito preocupante mesmo. O mundo não precisa de três anos de Brasil ruim. Porque o Brasil perde participação no mercado global, deixa de ser importante, outros países começam a aumentar sua produção, porque o preço do mercado começa a ficar muito bom, então passar a ser interessante para o mundo inteiro aumentar a produção de café. Quando o café chega a preços extremos reduz o consumo, então é muito preocupante esse cenário. O ciclo de preços e de produção, oferta, ele tem que girar. Quando ele para em algum lugar tem um desbalanço péssimo em toda cadeia. O segmento precisa torcer por chuva, para que isso nãos e confirme, e para que tenhamos uma boa safra em 23”.
Fonte: Play no Agro