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novembro 25, 2024
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Com colheita se aproximando, coronavírus começa a preocupar o setor cafeeiro

O aumento de casos no Brasil e a pandemia do Coronavírus começam a preocupar também as cadeias produtivas do país para os próximos meses.

Após o anúncio do Ministério da Saúde afirmar que o pico da crise deve acontecer ente os meses de abril e junho, produtores de café começam a se preocupar em como será feita a colheita dos grãos nas principais regiões produtoras do país, considerando que a maior parte dos trabalhos nas lavouras são feitos manualmente e com trabalhadores que chegam de outros estados.

Cooperativas e produtores já buscam soluções e o Notícias Agrícolas acompanha de perto toda a situação para  ajudar a apontar alternativas que não prejudiquem o produtor diante desse cenário .

Dados da Conab apontam que safra 2020/21 de café brasileiro deve ser de aproximadamente 62 milhões de sacas de 60kg. Nas princpais regiões produtoras como Sul de Minas , Zona da Mata Mineira , Espírito Santo e Bahia,  a previsão é de que a colheita comece entre abril e maio com expectativa de chegada dos trabalhadores nas primeiras semanas de abril.

De acordo com Júliana Paulino, presidente Associação dos Cafeicultores do Sul de Minas, na região a mão de obra vinda de fora representa mais de 50% do trabalho.

Neste primeiro momento, Juliana explica que os produtores e trabalhadores já estão sendo orientados, inclusive sobre as questões do transporte usado para chegar até a lavoura, já que muitos agricultores possuem os próprios ônibus.

Além disso, férias de funcionários estão sendo antecipadas para que a maioria possa ficar em casa neste momento de contenção da proliferação do vírus. De acordo com Juliana, além da colheita, caso seja tomada uma medida mais severa dos Governos, além do problema com o café, muitos trabalhadores podem ficar sem a renda de um ano todo.

“São trabalhadores que costumam vir todos anos, vêm em família, então o impacto financeiro pra eles também será muito grande”, comenta a presidente.

Destaca ainda que a situação é mais grave para médios e grandes produtores, já que o produtor familiar na maioria dos anos consegue fazer a colheita sem ajuda extra, mas que médios e grandes produtores enfrentarão problemas porque a colheita mecanizada não é uma opção para a região, já que as máquinas não funcionam em terrenos acidentados.

“Se é um ano de baixa (produção), a situação é mais fácil porque não vem tanto trabalhador, mas esse ano é de alta o que traz mais preocupações”, destaca.

Na região da Zona da Mata Mineira, onde se concentra em sua maioria médios e grandes produtores de café, caso a mão de obra não seja possível, a perda de café pode ficar próxima de 400 mil sacas de 60kg.

De acordo com Pedro Araújo, Diretor de Produção e Comercialização da Coocafé, para minimizar os impactos a cooperativa já começa a fazer estratégias de curto e médio prazo.

Neste momento, segundo Pedro, é manter produtores e trabalhadores em segurança, respeitando o isolamento social para que a situação não seja ainda mais grave na região. Para debater os próximos passos foi criado um comitê dentro da Coocafé voltado especialmente ao Coronavírus e os impactos no café.

“Estamos orientando para vacinação contra a gripe e seguir as recomendações. A cooperativa também adota novas medidas, não indo à campo, fechando lojas e fazendo atendimento online. Dependemos dessa curva (de evolução da doença) para saber como será”, explica.

A insegurança de receber os trabalhadores, segundo Pedro, parte especialmente dos produtores que seguem esperando por notícias para decidir qual a melhor saída para todos os problemas do vírus, que podem impactar ainda preços e consequentemente vendas nos próximos meses. ”

Se não puder carregar os ônibus, será um grande problema. Nós precisamos dessa mão de obra e não colher seria um prejuízo muito grande”, afirma.

O Notícias Agrícolas também tentou contato com cooperativas de outras regiões produtoras e tão logo tenha retorno, a matéria será atualizada. 

Por: Virgínia Alves

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