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novembro 25, 2024
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Como a nutrição influencia o aparecimento de problemas de casco em bovinos?

Os problemas podais dos bovinos são responsáveis por inúmeros prejuízos nos sistemas de produção. A grande maioria das lesões podais podem ser controladas e evitadas com medidas de manejo. Entre elas, podemos citar: fornecimento de dietas balanceadas; instalações adequadas, que proporcionem conforto e evitem o estresse calórico dos animais; uso de pedilúvio; rotina de casqueamento preventivo, entre outras.

Veja, abaixo, algumas dicas que o médico veterinário Péricles R. Lacerda e Silva, Especialista em Podologia Bovina,  para prevenir as lesões de cascos nos bovinos:

1) Para que o pedilúvio seja eficaz, ele precisa ser utilizado de forma adequada. Isso implica em avaliar a frequência de passagem dos animais pelo pedilúvio, qual desinfetante está sendo utilizado e em que diluição, e também a profundidade adequada.

2) O casqueamento preventivo é obrigatório na rotina de qualquer fazenda de gado leiteiro, sendo realizado, preferencialmente, durante períodos estratégicos, como o momento da secagem das vacas, e entre 80-100 após o parto.

3) Forneça dietas corretamente balanceadas por um nutricionista responsável, respeitando as exigências de cada fase animal, e monitore a ocorrência de doenças debilitantes do rebanho, como cetose, metrite, mastite, entre outras que podem levar o animal a desenvolver doenças de cascos.

Nutrição

Com relação especificamente à nutrição, será que é verdadeira a afirmação de que a nutrição pode ser a causa de problemas recorrentes nos cascos de vacas leiteiras?

Durante muito tempo, várias linhas de pesquisa apontavam para a alimentação como um fator muito importante, um dos principais fatores relacionados ao aparecimento de problemas de casco em vacas leiteiras, especialmente os problemas ocorridos na unha da vaca – não necessariamente problemas gerais nos pés. As pesquisas diziam que essas doenças eram resultado de um problema nutricional nos sistemas intensivos de criação.

No entanto, atualmente a maior maior parte das linhas pesquisas recentes aponta para a origem traumática desses problemas, desde que a propriedade trabalhe com um balanceamento dietético adequado, com dietas bem balanceadas e um acompanhamento especializado de um nutricionista.

Partindo desse ponto, sabe-se que se a dieta é mal balanceada ou desbalanceada para o animal, é possível que haja uma interferência no aparecimento de problemas de casco, principalmente quando o animal passa por quadros de acidose ruminal, que geram como consequência uma absorção maior de lipopolissacarídeo (LPS) bacteriano pela circulação sanguínea hepática. O LPS é partícula de parede bacteriana.

A circulação hepática tem a função de desintoxicar o sangue que chega dos intestinos, do rúmen, mas isso leva a uma maior quantidade maior de LPS, que é o responsável pelo aparecimento da laminite nos cascos, que consiste na inflamação da parte viva imediatamente abaixo da estrutura do casco, do tecido vivo do dedo do animal.

Uma vez que a dieta é bem balanceada, a maioria desses problemas, como as hemorragias de sola que ocorrem, associados à laminite, estão relacionados a uma falta de casqueamento corretivo postural do animal ou à deficiência nesse ritmo de casqueamento.

Isso porque, à medida que o casco começa a crescer, o animal começa concentrar o peso nas partes mais moles do casco. Toda vez que esse animal é exposto a obstáculos, como uma irregularidade no piso, uma pedra, uma ponta que aumente a pressão do peso do animal sobre a sola do casco, aparece uma hemorragia de sola consequente ao trauma e não necessariamente ligada ao aspecto nutricional.

Porém, há um período da vida da vaca em que a nutrição tem maior influência sobre os problemas de casco, que é o período de transição, ou seja, o período que compreende os 20 dias anteriores ao parto da vaca e os dias de pós-parto imediato. A falta de uma dieta balanceada, principalmente nesse período, é determinante do aparecimento de vários tipos de lesões de casco, uma vez que as doenças que acontecem logo após o parto, relacionadas a uma má nutrição ou uma deficiência nessa nutrição pré-parto, são os principais fatores relacionados ao aparecimento das lesões de casco em um período mais posterior, ou seja, cerca de 30 a 40 dias pós-parto.

Um dos fatores mais importantes a respeito da nutrição correlacionados com o aparecimento de lesões de casco é a perda de condição corporal excessiva do animal imediatamente após o parto. Existe uma estrutura dentro do estojo do casco do animal chamada coxim plantar, que é uma reserva de gordura que funciona como amortecedor do impacto do peso do animal quando ele está em pé ou caminhando. Quando a vaca perde condição corporal no período de transição, a espessura do coxim de gordura também diminui, aumentando os riscos de lesão traumática.

Precursores que podem ajudar

Existem algumas vitaminas, alguns precursores essenciais da formação do estojo córneo, da unha dos bovinos, que podem ser incluídos na alimentação, que favorecem a formação de uma unha mais saudável e resistente. Entre eles, estão:

– Biotina, que é uma vitamina específica bastante importante para o metabolismo e formação da unha do animal;

– Alguns aminoácidos essenciais;

– Alguns minerais, como zinco, cobre, cobalto e manganês, que têm um fator determinante e são importantes para a formação da estrutura do casco e a manutenção da parte viva do casco, responsável pelo crescimento da unha.

Fonte: EducaPoint

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