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novembro 25, 2024
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Queda do aço fez o lucro da Kepler Weber recuar 10,4% no 3 trimestre

Empresa encerrou o período com lucro líquido de R$ 59,6 milhões

A empresa de silos e soluções pós-colheita Kepler Weber finalizou o terceiro trimestre de 2024 com um lucro líquido de R$ 59,6 milhões, 10,4% abaixo do registrado no mesmo período do ano passado. A margem líquida recuou 2,8 pontos percentuais, para 13,6%. Ainda assim, a empresa comemora os resultados e projeta que 2024 deve ser o segundo melhor ano de sua história.

Segundo Bernardo Nogueira, CEO da companhia, o resultado da última linha do balanço deve-se principalmente à queda do preço do aço, repassada aos clientes. Dos itens comprados para construir um silo, o aço é cerca de 50% do custo, e a commodity caiu 15% no último ano. Neste ano até setembro, o lucro líquido da Kepler cedeu 1,6%, a R$ 148,8 milhões.

Além disso, a mudança do mix de serviços da empresa alterou a dinâmica dos pedidos. Se no passado a Kepler dependia apenas dos investimentos de produtores e agroindústrias, agora a empresa diversifica sua atuação. Com isso, se os pedidos ficavam concentrados no segundo semestre, agora se espalham por todo o ano.

A receita líquida do trimestre cresceu 8,2% na comparação anual e chegou a R$ 439,1 milhões. No acumulado do ano, a receita somou R$ 1,1 bilhão, alta de 13,6%.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado fechou o período em R$ 97,6 milhões, e a margem Ebitda, em 22,2% — resultados melhores na comparação anual. Um ano antes, o Ebitda ajustado fora de R$ 80,7 milhões, e a margem Ebitda, de 19,9%.

Nogueira destacou a área de negócios internacionais e de portos e terminais com expressivos crescimentos no trimestre, de 63,6% e 442% respectivamente. As demais áreas apresentaram desempenhos semelhantes aos do terceiro trimestre de 2023.

“A diversificação tem se mostrado cada vez mais assertiva, com resultados expressivos. Julho, por exemplo, foi o melhor mês da história da companhia em vendas para outros países, totalizando R$ 43 milhões”, disse Nogueira ao Valor. “Devemos ter o segundo melhor ano, apenas atrás de 2023.”

Ainda que o destaque no período tenha sido o crescimento dos segmentos fora das fazendas, Nogueira disse que a resiliência dos produtores em um momento de baixa das commodities chama a atenção. “A armazenagem tem subido no topo das prioridades dos produtores, após anos de investimentos em terras, sementes, insumos e maquinário. O déficit de armazenagem é latente e o produtor tem mais recursos que há alguns anos.”

O segmento de fazendas, responsável por atender os produtores, atingiu o melhor resultado deste ano, com receita de R$ 141,8 milhões no trimestre, e queda anual de 2,7%. Já a receita do segmento de agroindústrias aumentou 1,6%, enquanto a de reposição e serviços cresceu 1,1%.

O caixa da empresa encerrou o trimestre em R$ 457,9 milhões. “Isso nos permitiu manter um bom patamar de investimentos em capex, pesquisa e desenvolvimento, bem como promover o pagamento de dividendos intermediários de R$ 30 milhões aos acionistas em julho e juros sobre capital próprio de R$ 15,4 milhões agosto”, disse.

Para o executivo, 2024 deve ser um ano de consolidação. E ele enxerga 2025 com bons olhos diante de pedidos programados e do descolamento dos serviços da Kepler dos preços da soja. No passado, quedas das cotações afetavam a receita porque a empresa dependia de produtores e agroindústrias. Agora, 70% dos negócios são ligados ao agro, mas não diretamente aos preços de commodities.

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