A média nacional de preços do arroz em junho já alcançou 4,04%.
As enchentes recentes no Rio Grande do Sul e a Medida Provisória 1224/2024, que permite a importação de arroz beneficiado, estão impactando significativamente o mercado agropecuário brasileiro. O estado, que representa quase 70% da safra nacional de arroz em 2023/24, enfrenta preocupações com a segurança da oferta interna do grão, suscitando dúvidas sobre sua disponibilidade no mercado doméstico.
Apesar de a maior parte da safra gaúcha ter sido colhida antes das enchentes, um levantamento da Conab em maio indicou aumentos expressivos nos preços do arroz em várias regiões do país: 14,24% no Rio Grande do Sul, 9,44% em Santa Catarina, 13,04% no Tocantins, 5% no Mato Grosso e 11,71% no atacado em São Paulo. “A nossa dependência do RS para o abastecimento de arroz é enorme e qualquer evento climático adverso pode causar variações significativas nos preços”, comenta Isadora Araújo, economista da GEP COSTDRIVERS – plataforma líder no Brasil em inteligência, análise e projeção de dados.
Os dados do CEPEA indicam que a média nacional de preços do arroz em junho já alcançou 4,04%, elevando as preocupações para a safra 2024/25 devido aos impactos das enchentes. Há incertezas sobre o atraso no plantio e a produção futura, o que pode manter os preços elevados até que as condições da nova safra sejam confirmadas, previstas para setembro. Para mitigar a especulação e estabilizar o mercado, o governo federal promulgou a MP 1224/2024, autorizando a importação de até 1 milhão de toneladas de arroz beneficiado pela Conab, com um investimento de R$7,2 bilhões. Esta medida representa 8,19% da demanda total nacional, visando controlar a flutuação de preços e garantir certa estabilidade durante o período de incerteza.
“A tendência de aumento dos preços deve persistir no ano que vem, impulsionada pela insegurança sobre a próxima safra no RS, a situação das exportações mundiais e as condições macroeconômicas globais. A continuidade ou ampliação das medidas de importação pelo governo será crucial para mitigar os impactos no mercado interno”, concluiu Isadora.
AGROLINK – Leonardo Gottems