O trânsito intenso de veículos e o aroma de fruta madura que perfuma o ar pelos arredores da Cooperativa Vinícola Garibaldi não deixam dúvidas — é tempo de vindima, hora de receber as uvas que darão origem aos premiados rótulos de espumantes, vinhos e sucos da marca. Desde o dia 05 de janeiro, 230 mil quilos já foram entregues pelos produtores associados (são 430 famílias ligadas à Cooperativa). Até o fim da safra — projetado para meados de março — a expectativa é ficar próximo à casa dos 30 milhões de quilos, quantidade similar ao que foi registrado em 2021, ano em que a colheita superou as expectativas e projeções iniciais.
“Estamos sobretudo otimistas com relação à qualidade”, garante o enólogo da Cooperativa Vinícola Garibaldi, Ricardo Morari. A análise inicial indica uma safra de uvas muito boas, especialmente aquelas de maturação precoce, utilizadas para elaboração de espumantes, como as variedades Chardonnay e Pinot Noir. A estiagem que vem assolando os produtores certamente preocupa — e pode alterar as projeções de recebimento. “Podemos, sim, ter uma quebra nesses números, porém é muito difícil precisar, agora, como a safra vai se comportar até o final”, diz o enólogo. Isso porque os associados da Cooperativa possuem áreas de cultivo em diferentes microclimas, mesmo dentro da Serra Gaúcha, onde alguns sentiram mais os efeitos da estiagem e outros menos. “Os vinhedos cultivados em locais onde os solos são mais profundos conseguem sobreviver melhor à estiagem. De qualquer maneira estamos atentos e procurando orientar nossos associados a utilizarem técnicas de manejo para extrair o melhor produto dessa safra, que ainda tem tudo para ser de bastante qualidade”, diz.