A ministra da Agricultura e especialistas escolhidos por ela para uma entrevista à imprensa rebateram pesquisas que mostram a liderança mundial do país no uso de agrotóxicos
A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, e especialistas escolhidos por ela para uma entrevista à imprensa rebateram pesquisas que mostram a liderança mundial do Brasil no uso de defensivos agrícolas, a falta de segurança dos produtos utilizados do Brasil e o uso de agrotóxicos proibidos em outros países pelos agricultores brasileiros.
“O Brasil não utiliza defensivos banidos lá fora, não é bem assim. Tem pesticidas que são usados aqui e não na Europa porque eles não têm a mesma cultura. O Brasil não utiliza nada que não pode ser usado”, afirmou.
A ministra questionou também dados que mostram que o Brasil é o primeiro país em gastos com defensivos agrícolas e disse que se trata de valores nominais e que se for analisado o gasto por hectare, o país cai para a 44ª posição.
Uma das pesquisas questionadas foi a do Instituto Butantã, que concluiu que não existe dose mínima totalmente não letal para os defensivos usados na agricultura brasileira. O diretor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Renato Porto, disse que dos dez agrotóxicos citados na pesquisa, sete são utilizados no mundo todo e, dos outros três, um nunca foi autorizado no Brasil, outro foi proibido em 2017 e o terceiro tem uso restrito. “Estamos bastante equivalentes aos outros países”, completou.
Já a professora da Universidade de Brasília (UnB), Eloisa Caldas, especialista em toxicologia, disse que “risco zero não existe”, mas que a relação de risco no consumo de alimentos é “extremamente baixa”. “(A pesquisadora do Butantã) está extremamente equivocada. Essa afirmação está totalmente equivocada, não existe pesticida registrado no mundo que não tenha dose segura”, afirmou. “Na mesa do consumidor, definitivamente o risco é baixo e ninguém deve deixar de consumir alimentos por causa de pesticida”, garantiu.
O pesquisador da Universidade Estadual Paulista (Unesp), Caio Carbonari, ressaltou que os pedidos na lista para liberação de defensivos hoje são de produtos 42% mais seguros. “Em geral (os novos registros) são moléculas mais seguras do que as que já temos no mercado, não faz nenhum sentido represar isso. Não interessa ao Brasil atrasar a chegada dessas tecnologias. “Temos vários constrangimentos no Brasil, agricultura certamente não é o caso.”
Fonte: Globo Rural