Dados do banco holandês Rabobank, divulgados na terça-feira (23), apontam que o mercado global de café deverá ter um déficit maior do que o inicialmente projetado para a safra 2021/2022, diante de uma produção menor no Brasil por conta de chuvas abaixo da média.
O Rabobank acredita em déficit global de 2,6 milhões de sacas de 60 kg em 2021/2022, ante déficit de 1,1 milhão de sacas visto em dezembro. “Reduzimos nosso número para a produção de 2021/2022 em pouco mais de 2 milhões de sacas – desse corte, 1,2 milhão de sacas vêm de um ajuste para baixo no Brasil”, disse o banco em relatório produzido pelos analistas Carlos Mera e James Watson.
O Rabobank agora projeta a nova safra brasileira em 56,2 milhões de sacas, contra 57,4 milhões de sacas na estimativa de dezembro. O banco também reduziu sua expectativa para a safra da Colômbia – grande produtora de arábica lavado– em 300 mil sacas, para 14,1 milhões de sacas. O déficit projetado só não é maior porque o banco reduziu sua previsão para a demanda total em 500 mil sacas.
“As importações líquidas dos países não produtores continuaram fracas no quarto trimestre de 2020”, disse o banco, citando uma queda de 1,9% no que chamou de “desaparecimento do café” na Europa e Reino Unido, além de um recuo de 9,5% no Japão.
Além disso, há um grande estoque de passagem da temporada anterior, já que o superávit em 2020/2021 foi estimado em 10,5 milhões de sacas. O Rabobank acredita que os preços do café arábica não devem permanecer acima de 1,30 dólar por libra-peso (no segundo contrato futuro negociado em Nova York), mas disse que “fatores como especulação, custos de transporte e o aumento na demanda pelos estoques podem causar esse cenário”. Os preços do café saltaram 4,5% na segunda-feira (22), atingindo o maior nível desde dezembro.
As informações são da Reuters.