19.3 C
Franca
novembro 25, 2024
AgriculturaNotíciasPolítica Rural

Políticas estratégicas são pilares para competitividade do trigo

​Defender os interesses da indústria moageira é o principal objetivo da Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo). “Somos o elo entre o campo e a indústria de transformação, com a missão de promover um ambiente de negócios equilibrado. Empenhamo-nos em integrar toda a cadeia produtiva de trigo no Brasil, estimulando as melhores práticas, compartilhando conhecimento e gerando valor para a atividade”, comenta o presidente do Conselho Deliberativo da Abitrigo, Marcelo Vosnika.

Para atender de modo mais amplo esse propósito, a Associação lançou, em junho de 2018, o seu projeto de modernização. Sob o lema “A força do nosso moinho”, esse novo posicionamento da entidade parante o mercado apoia-se nos pilares Representação e Conhecimento. “É a consolidação de um processo iniciado em 2016 e que visa transformar a Abitrigo em uma associação ainda mais atuante, presente e transparente”, pontua Vosnika.

No que se refere à Representação, a entidade reforçou as suas ações de articulação institucional, mantendo uma agenda de intensa atividade ao longo do último ano. Com assento em diferentes órgãos colegiados dos setores privado e público, a entidade participou de discussões junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), à Frente Parlamentar Agropecuária (FPA), entre outros. Além disso, a Abitrigo interage com diferentes organismos internacionais e, em 2019, passou a integrar a Asociación Latinoamericana de Industriales Molineros (ALIM), órgão representativo dos moageiros na América Latina.

Ainda no último exercício, como forma de fortalecer o relacionamento com associados e sindicatos, a entidade visitou moinhos em Santa Catarina e Minas Gerais e participou de reuniões e eventos promovidos por diferentes entidades setoriais no Paraná e em Pernambuco. Por sua vez, por meio do projeto Giro do Trigo, representantes da Associação participaram de reuniões e visitas técnicas nas regiões de Mar del Plata e Bahía Blanca, na Argentina.

No pilar Conhecimento, sobressai a criação do projeto Estatísticas, que conta com parceria do Centro de Agronegócio da Fundação Getulio Vargas (GV Agro). “O projeto nasceu com o intuito de consolidar informações consistentes e seguras sobre a nossa indústria”, afirma Vosnika. Também com esse objetivo, em 2018, foi atualizada a cartilha “O uso correto dos agrotóxicos na cultura do trigo” e foi lançado o título “Micotoxinas no Trigo”, material elaborado em parceria com a Embrapa Trigo, unidade descentralizada da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

Também foram fundamentais para esse escopo de trabalho as parcerias com a U.S. Wheat Associates, o Sindicato dos Industriais de Panificação e Confeitaria de São Paulo (Sampapão), o Instituto SENAI de Tecnologia e o Grande Moinho Cearense para promover cursos de qualificação, que, juntos, atenderam 78 profissionais e 28 empresas.

A Abitrigo reforçou as iniciativas de promoção do consumo responsável de farinha de trigo do Brasil com o lançamento da campanha #trigou nas redes sociais, mobilizando mais de 1,8 milhão de pessoas apenas nos três primeiros meses. Consolida esse trabalho o Congresso Internacional da Indústria do Trigo, um dos mais importantes eventos do setor no mundo e que reuniu mais de seiscentas pessoas do Brasil e do exterior em sua 25ª edição.

De acordo com Vosnika, que encerra o seu mandato à frente do Conselho Deliberativo, a modernização segue como uma das prioridades da entidade. “Esse processo não está finalizado, pois acreditamos que conhecimento, engajamento e inovação são primordiais para a assertividade das decisões, algo fundamental para o desenvolvimento sustentável do agronegócio brasileiro”, conclui.

Por uma política estratégica

No âmbito da defesa do setor, o principal ponto de abordagem da Abitrigo para 2019 é a consolidação da Política Nacional do Trigo (PNT), um trabalho que teve início no ano passado e resulta de uma série de reuniões entre a Associação e representantes de diferentes players da cadeia produtiva. “Sabemos que o maior entrave para o crescimento do setor é a falta de políticas estratégicas. Por isso, lideramos debates envolvendo os players do mercado, o Governo e a Academia, para elencar as necessidades da indústria moageira e definir os eixos de uma estratégia setorial que deixe o Brasil mais competitivo na produção de trigo, farinha e derivados”, esclarece o diretor-presidente da Abitrigo, o embaixador Rubens Barbosa, ressaltando a importância de se acompanharem de perto as mudanças no ambiente regulatório.

Em 18 de dezembro último, a íntegra do documento foi apresentada à então futura ministra do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Tereza Cristina. “É importante municiar o novo governo com informações concretas sobre o setor e as suas necessidades e sensibilizar sobre a importância da definição de regras claras e ações que estimulem o ambiente de negócios. Debatemos questões sobre os ambientes legal e de negócios, abrangendo produção, incentivos fiscais, comércio internacional, logística e infraestrutura. A ministra reagiu com muito entusiasmo à nossa iniciativa”, acrescentou o embaixador.

Eixos temáticos da PNT

Dividido em seis eixos temáticos, o documento propõe iniciativas para tornar o Brasil mais com-petitivo no negócio de trigo, farinha e derivados:

Ambiente legal – estabelecimento de um programa regulatório eficaz, ágil e estruturado, o que é fundamental para a credibilidade do Brasil como fornecedor confiável de alimentos seguros.

Produção – regionalização e especialização da produção de acordo com a demanda do mercado; ampliação da área plantada e diversificação regional; e mais apoio à pesquisa.

Incentivos fiscais – adoção de um mercado livre e autorregulado; políticas públicas que valorizem a eficiência e a segurança alimentar; e revisão dos incentivos fiscais em vigor e da isonomia tributária em toda a cadeia.

Ambiente de negócios – adoção de medidas que ampliem a segurança jurídica e promovam a simplificação e a desburocratização.

Comércio internacional – convergência regulatória e modernização dos processos dos portos e da cabotagem.

Logística e infraestrutura – modernização da estrutura e dos modelos aduaneiros; e investimentos em sistemas de logística, modais e armazenagem.

Fonte: Agroanalysis

Related posts

Produtores optam por venda pontual de milho

Fabrício Guimarães

Chuvas aliviam, mas cafeicultor está à espera de mais precipitação, diz Cepea.

Fabrício Guimarães

Passos fundamentais para alta produtividade no campo.

Fabrício Guimarães

Deixe um comentário

Usamos cookies para melhorar sua experiência no site. Aceitar Leia Mais