Matiello e Andrade Neto recomendam moderação no uso da palhada de café
A aplicação de palha de café é indicada, na fase de plantio de cafeeiros, mas precisa ser adequadamente empregada, pois pode oferecer danos às plantas, chegando a matá-las.
A palha de café é um adubo orgânico bastante disponível nas propriedades cafeeiras, representando cerca de 50%, em peso, de todo o café produzido nas fazendas. Ela é rica em nutrientes, sendo que a palha oriunda do beneficiamento do café em coco seco possui cerca de 1,5% de N, 0,15% de fósforo e 3% de potássio. Por isso, a palha deve retornar para as lavouras, fornecendo nutrientes essenciais de NPK, além de outros macro e micro-nutrientes. Também, como fonte de matéria orgânica, a palha pode auxiliar na melhoria física e biológica do solo.
Na fase de plantio das lavouras cafeeiras o uso da palha é mais comum dentro do sulco/cova. No entanto, conforme demonstrado por pesquisas efetuadas, deve ser aplicada em cobertura, pois, nessa condição, libera nutrientes mais próximos às raízes das plantas novas e, ainda, forma uma cobertura morta junto à linha de cafeeiros, favorecendo a manutenção da umidade no solo. No caso do potássio, a água das chuvas retira o nutriente da palha e ele se aprofunda junto às raízes. Os demais nutrientes vão sendo liberados com a decomposição do material.
O modo de uso mais adequado consiste em esparramar a palha numa faixa de cerca de 50 a 70 cm, abrangendo os dois lados da linha de cafeeiros, depois do plantio. O cuidado essencial pra evitar problemas de queima e morte de mudas recém plantadas é não colocar camadas grossas ou montes, devendo a espessura da palha ficar com, no máximo, cerca de 2 cm de altura. Se ficar espesso junto à muda o material da palha pode queimar o tronco da muda, seja por absorção e transmissão de calor do sol, ou, principalmente, pelo aquecimento devido ao processo de fermentação da palha.
Quando do uso da palha de café não é necessário adubar com potássio no pós-plantio.
Fonte: Portal DBO