Financiamentos tiveram aumento.
O sócio-diretor da Cogo Inteligência em Agronegócio, Carlos Cogo, divulgou sua análise sobre o Plano Safra 2024/2025, destacando pontos positivos e negativos do novo pacote de financiamento agrícola do governo federal. O Plano Safra 2024/2025 destina R$ 400,6 bilhões aos financiamentos, um aumento de 10% em relação à safra anterior.
Adicionalmente, serão disponibilizados R$ 108 bilhões em recursos de Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) para emissões de Cédulas do Produto Rural (CPR), totalizando R$ 508,6 bilhões. No entanto, Cogo observa que o plano cobrirá apenas cerca de um terço dos recursos necessários para financiamentos do setor, estimados em R$ 1,1 trilhão. A oferta de recursos a juros controlados teve um aumento inexpressivo de 1,4%, resultando em uma redução real considerando a inflação do período.
O Pronamp (Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor) contará com R$ 65,2 bilhões em recursos controlados, com taxas de juros de 8% ao ano, um aumento de 6,7% em relação à temporada anterior. Cogo ressalta que, apesar do aumento, as taxas de juros ainda são elevadas, especialmente considerando a inflação anual de 4%. O governo manteve as taxas de juros para a Agricultura Empresarial entre 7,0% e 11,5% ao ano.
O Tesouro participará com R$ 16,3 bilhões em subvenções, um aumento de 19,8% em relação à temporada passada. Desse montante, R$ 10,4 bilhões serão destinados à Agricultura Familiar e R$ 5,9 bilhões à Agricultura Empresarial. Contudo, algumas taxas de juros ficaram acima da taxa básica (Selic), resultando em juros reais elevados, que podem chegar a 7,5%.
Os agricultores com boas práticas ambientais poderão obter um desconto de até 1 ponto percentual nas taxas de juros de custeio, desde que possuam Cadastro Ambiental Rural (CAR) analisado ou adotem práticas agropecuárias sustentáveis. Cogo destaca que menos de 1% dos CARs estão validados, o que exclui a maioria dos produtores dos benefícios anunciados. No entanto, ele acredita que essa exigência pode estimular a implementação do cadastro no país.
O Moderfrota destina R$ 9,5 bilhões para a aquisição de máquinas agrícolas, com taxa de juros de 11,5% ao ano. O volume de recursos é estável em relação ao ano anterior, mas com uma redução de 1 ponto percentual nos juros. Cogo prevê que esses recursos devem durar até o final do ano, impulsionando as vendas de máquinas agrícolas. Além disso, o RenovAgro terá R$ 5,45 bilhões em recursos com juros de 8,5% ao ano, e o Inovagro contará com R$ 3,5 bilhões com juros de 10,5% ao ano.