Preços médios da soja atingiram entre R$ 98,00 e R$ 102,00 por saco, com a média gaúcha praticamente se estabilizando em R$ 108,59 por saco
AGROLINK – Aline Merladete
À medida que a colheita brasileira se aproxima de 40% da área total, os preços internos sofrem pressão – Foto: USDA
O mercado da soja no Brasil está passando por um período desafiador, marcado por pressões baixistas e oscilações significativas nos preços, conforme dados divulgados pela análise de mercado da Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário (CEEMA). Com o câmbio oscilando entre R$ 4,90 e R$ 5,00 por dólar e prêmios negativos, a pressão baixista de Chicago continua a influenciar o mercado brasileiro. Os preços médios da soja atingiram entre R$ 98,00 e R$ 102,00 por saco, com a média gaúcha praticamente se estabilizando em R$ 108,59 por saco.
À medida que a colheita brasileira se aproxima de 40% da área total, os preços internos sofrem pressão, apesar dos números totais de produção estarem abaixo das expectativas iniciais. No entanto, as chuvas intensas têm atrasado a colheita em algumas regiões, como observado no Mato Grosso, onde a colheita atingiu 76,4% da área até 23 de fevereiro.
No cenário das exportações, os números de 2023 revelaram um crescimento significativo, com o complexo soja brasileiro totalizando 126,8 milhões de toneladas exportadas, representando um avanço de 24,7% em relação ao ano anterior. Entretanto, projeções da Datagro indicam vendas menores em 2024, com um recuo esperado de 9,4% na quantidade total exportada.
A China continua sendo o principal comprador da soja brasileira, destacando-se como destino de aproximadamente 77% do total exportado nos primeiros 45 dias de 2024. No entanto, a dependência excessiva das importações chinesas torna o Brasil vulnerável a flutuações políticas e econômicas no mercado global.
Diante desse panorama desafiador, os produtores enfrentam dificuldades, especialmente com os preços em declínio e a necessidade de comercializar a safra de 2023/24. O baixo volume de embarques previsto para março agrava ainda mais a situação, aumentando a pressão sobre os preços internos.
Segundo o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), os produtores enfrentam o dilema de vender a soja mantida nos armazéns, considerando os custos de armazenagem e as projeções de preços futuros. Em meio a esses desafios, a gestão de risco de preço emerge como uma prioridade para os produtores.