Existem maneiras de controlar os preços.
Com base nos últimos dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de feijão e Pulses (Ibrafe), a safra de feijão no Brasil alcançará um volume significativo este ano, estimado em cerca de 3,2 milhões de toneladas, citando números da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB). No entanto, esse aumento na produção trouxe consigo uma série de desafios, com destaque para o excedente de feijão-preto e a necessidade urgente de encontrar maneiras de escoar essa produção.
O Rio Grande do Sul, embora tenha contribuído com 2,2% do total da safra, já colheu praticamente toda a sua produção antes da chegada das chuvas. Essas condições climáticas, combinadas com uma queda de preços que já atinge 43% em relação ao ano anterior, geraram preocupações quanto ao impacto econômico para os produtores locais.
Diante desse cenário, o Ibrafe destaca a importância de medidas governamentais para estimular a demanda interna, bem como explorar oportunidades de exportação para reduzir o excedente de feijão-preto. Uma das medidas sugeridas é a inclusão do feijão-preto em programas sociais já estabelecidos, como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), garantindo um mercado estável para os produtores e promovendo o acesso a alimentos nutritivos para instituições e populações vulneráveis.
Além disso, lançar campanhas de marketing para promover o consumo de feijão-preto pode ser uma estratégia eficaz para estimular a demanda. Receitas criativas, informações sobre os benefícios nutricionais e dicas culinárias podem ser disseminadas por meio de mídias tradicionais, redes sociais e programas educacionais, como o Prato Brasil do Governo Federal.
Implementar um contrato de opção, no qual o governo se compromete a adquirir o feijão a um valor predeterminado em um momento futuro, oferece segurança aos produtores em relação aos preços, estabilizando o mercado e incentivando o plantio para as próximas safras. Além disso, explorar oportunidades de exportação é fundamental para reduzir o excedente de feijão-preto no mercado interno. O governo pode apoiar o setor na identificação e acesso a novos mercados internacionais, aumentando assim as receitas para o país e aliviando a pressão sobre o mercado doméstico.