Alcides Torres é engenheiro agrônomo, formado pela Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” – ESALQ, da Universidade de São Paulo, é diretor-fundador da Scot Consultoria. É analista e consultor de mercado, com atuação nas áreas de pecuária de corte, leite, grãos e insumos agropecuários. É palestrante, facilitador e moderador de eventos conectados ao agronegócio. Membro de Conselho Consultivo de empresas do setor e coordenador das ações gerais da Scot Consultoria.
Rodolfo Silber é engenheiro Agrônomo pela FAZU e mestre em Engenharia de Sistemas Agrícolas pela ESALQ/USP. É analista de mercado da Scot Consultoria.
Exportação de carne bovina: oportunidades à frente?
por Alcides Torres e Rodolfo Silber
Segunda-feira, 28 de novembro de 2022 – 11h00
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Alcides Torres é engenheiro agrônomo, formado pela Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” – ESALQ, da Universidade de São Paulo, é diretor-fundador da Scot Consultoria. É analista e consultor de mercado, com atuação nas áreas de pecuária de corte, leite, grãos e insumos agropecuários. É palestrante, facilitador e moderador de eventos conectados ao agronegócio. Membro de Conselho Consultivo de empresas do setor e coordenador das ações gerais da Scot Consultoria.
Rodolfo Silber é engenheiro Agrônomo pela FAZU e mestre em Engenharia de Sistemas Agrícolas pela ESALQ/USP. É analista de mercado da Scot Consultoria.
Foto: Envato
Artigo originalmente publicado no Broadcast Agro, da Agência Estado, em 21/11/2022.
O Brasil é o maior exportador de carne bovina do mundo, a expectativa é que detenha 24% das exportações mundiais em 2022, seguido pelos Estados Unidos (13%), Índia (12%), Austrália (11%) e Argentina (6%).
Para 2023, o cenário deverá mudar. Os Estados Unidos da América devem cair para a quarta posição enquanto a Austrália sobe para a segunda colocação (figura 1).
Figura 1.
Exportação de carne bovina, em milhões de toneladas equivalente carcaça.
*Estimativa feita em outubro/2022
**Inclui a exportação de carne de bubalinos
Fonte: FAO / Elaborado por Scot Consultoria
Em 2022, a exportação consumiu perto de 25% da produção da carne bovina brasileira. Sem esse canal de escoamento da produção, certamente os preços no mercado interno seriam piores. O principal parceiro comercial é a China, destino de 68,1% da exportação de carne bovina in natura em outubro, por exemplo.
Concorrentes
A arroba de boi gordo brasileira é a de menor preço dentre nossos concorrentes, o que favorece a comercialização e, em contrapartida, a cotação da arroba de boi na Austrália é a de maior preço (figura 2).
Figura 2.
Cotação da arroba de boi gordo, em dólares, nos principais países exportadores.
Fonte: Scot Consultoria
Nos Estados Unidos, o ciclo de preços se inverteu recentemente, a redução do rebanho fez os preços subirem (figura 3).
Figura 3.
Rebanho nos Estados Unidos, em milhões de cabeças (eixo da esquerda), e cotação da arroba do boi gordo, em dólares (eixo da direita).
*Até novembro
Fonte: USDA / Elaborado por Scot Consultoria
Já a Argentina está sofrendo com problemas econômicos. A inflação deve ultrapassar os três dígitos este ano e a adoção de políticas públicas, como a taxação da exportação da carne bovina, prejudicou o setor e tirou o estímulo dos produtores.
O efeito em cascata da regulação da cadeia pecuária, promovida por políticas públicas, deverá afetar a exportação da carne bovina do país.
O que esperar?
A estimativa do consumo global de carne bovina em 2023 é de redução de 0,2%, puxado principalmente pela queda no consumo dos Estados Unidos e União Europeia (USDA).
Entretanto, o cenário é de otimismo no Brasil, pois nossos principais concorrentes estão vivenciando períodos pouco propícios para a exportação, favorecendo o produto brasileiro no mercado internacional.
Pode ser a oportunidade para abrir novos mercados e fortalecer os laços comerciais com os existentes.
Referências
Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, USDA
Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura, FAO
Scot Consultoria