Os drones são usados para aplicação de defensivos agrícolas, adjuvantes, fertilizantes, inoculantes, corretivos e sementes.
A regulamentação do uso de drones agrícolas para pulverização e dispersão de sólidos em propriedades rurais brasileiras foi elogiada na tarde desta terça (17) durante o primeiro dia da DroneShow, feira especializada em drones que ocorre na capital paulista. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) publicou a portaria nº 298 em 21 de setembro do ano passado, o que fez do Brasil um dos poucos países do mundo a normatizar as operações agrícolas com aeronaves não tripuladas.
Em uma mesa que debateu o tema na feira, os três palestrantes reconheceram o avanço da portaria para o agro brasileiro. Os drones são usados para aplicação de agrotóxicos e afins, adjuvantes, fertilizantes, inoculantes, corretivos e sementes.
O engenheiro agrícola Lucas Fernandes de Souza, vinculado à Superintendência Federal de Agricultura de São Paulo (SFA-SP), a representação do Mapa no estado, falou sobre “Regulamentação para pulverização e controle biológico com drones”. Ele mostrou o sistema Sipeagro, onde são registradas as aeronaves, falou sobre a capacitação obrigatória para os operadores e explicou como é feito o descarte da calda que sobra no reservatório após a pulverização.
“A preocupação do ministério é a segurança operacional. Com base em pesquisas científicas, entendemos que as distâncias de aplicação preconizadas na normativa são seguras. Como a tecnologia avança muito rápido, a normativa do Mapa também pode sofrer alterações sempre que for preciso”, explicou o engenheiro, que tem doutorado em agronomia, na área de física do ambiente agrícola, pela Esalq (Escola Superior de Agronomia Luiz de Queiroz).
O empresário André Veiga, da ALSV, também abordou a regulamentação brasileira e a classificou como ágil (feita em poucos anos), realista (manteve a previsão do uso de aeronaves maiores) e pouco burocrática (“o cadastro no Sipeagro é fácil, rápido e pouco custoso”). Ele também destacou que a portaria protege e estimula quem opera os drones no campo de forma correta.
Outro palestrante, o consultor Eugênio Schroder, de Pelotas (RS), apresentou oito “segredos” para iniciar uma empresa de drones. Ele atua há 20 anos no mercado e oferece formação e suporte para interessados em adotar as aeronaves.
A regulamentação para o uso de drones no Brasil é feita por quatro instituições. Além do Mapa, que se debruçou apenas sobre as operações de pulverização, também há normas elaboradas pela Anac (Agência Nacional da Aviação Civil), Decea (Departamento de Controle do Espaço Aéreo) e Ministério da Defesa.