Impacto nacional das perdas de milho na primeira safra deve ser limitado.
As enchentes recentes no Rio Grande do Sul trouxeram graves consequências para a agricultura local, particularmente na cultura do milho. De acordo com o relatório do Radar Agro do Itaú BBA, a primeira safra de milho no Rio Grande do Sul estava 86% colhida até o final da semana passada. Com uma produção estimada de 5,1 milhões de toneladas para o estado, cerca de 870 mil toneladas ainda estavam no campo quando as enchentes começaram. Estas áreas não colhidas estão agora sob risco significativo de perda devido às inundações e aos danos causados pelo excesso de umidade.
Embora a situação no Rio Grande do Sul seja crítica, o impacto nacional das perdas de milho na primeira safra deve ser limitado. Em outras regiões do Brasil, como o Mato Grosso, a produtividade está se mantendo alta devido às boas condições climáticas, compensando parcialmente as perdas no sul do país. No Paraná e no sul do Mato Grosso do Sul, houve relatos de desenvolvimento irregular da safrinha devido à falta de chuvas, mas o cenário é bem mais favorável no Mato Grosso, o principal estado produtor, onde as chuvas de março e início de abril beneficiaram a produtividade.
Apesar do impacto regional, a expectativa é que as perdas no Rio Grande do Sul não afetem drasticamente a produção nacional de milho. No entanto, para os produtores gaúchos, as enchentes representam um duro golpe. Além das perdas diretas nas colheitas, há preocupações com a deterioração da qualidade do grão devido ao excesso de umidade e dificuldades logísticas para a colheita e transporte em áreas alagadas.
AGROLINK – Aline Merladete