Fonte: Café Point
Conab reduz previsão da safra 2025/2026 no Brasil; nos Estados Unidos, representantes do setor buscam reverter tarifa de 50% sobre cafés brasileiros.
A última semana foi de realização de lucros para os contratos de café nas bolsas internacionais, informa o Boletim Carvalhaes divulgado nesta sexta (5). No Brasil, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) reduziu, na quinta (4), a estimativa para a safra cafeeira 2025/2026, de 55,7 milhões para 55,2 milhões de sacas – crescimento de 1,8% em comparação com o resultado obtido em 2024/2025. “A colheita da nossa safra 2025 está terminada em todas as regiões produtoras e os números confirmam uma quebra bem maior no volume produzido do que o inicialmente previsto”, diz o boletim. Na área de atuação da Cooxupé, maior cooperativa e maior exportadora de café do Brasil, a colheita de arábica atingiu 94,9% até 29 de agosto.
O informativo destaca também que a colheita na Alta Mogiana (SP) está terminando com um saldo preocupante. “Um cenário desfavorável, marcado por longos períodos de estiagem e temperaturas elevadas, resultou em quebra de produtividade que, para muitos produtores, chegou a 20 ou 30%”, menciona. Nem mesmo o retorno das chuvas em outubro de 2024 fez com que a florada vingasse.
Aliado ao padrão climático imprevisível no Brasil, acrescenta-se ao cenário os estoques historicamente baixos, tanto em países produtores como em consumidores, e a desorganização no comércio internacional com o tarifaço dos EUA sobre os cafés brasileiros, maior produtor e maior fornecedor para o mercado norte-americano.
Na última quarta (3), representantes do setor cafeeiro apresentaram argumentos para tentar reverter a tarifa. Na ocasião, Marcos Matos, diretor-geral do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil), ponderou que o consumo de café nos EUA é projetado em 25,5 milhões de sacas e o Brasil corresponde por 30% do volume consumido no país. Nas próximas semanas, diz o boletim, o Cecafé deve definir um representante nos EUA para atuar como interlocutor entre o setor e os norte-americanos.
Contratos de arábica
Na sexta (5), os contratos de arábica com vencimento em dezembro próximo na ICE Futures US oscilaram 790 pontos entre a máxima e a mínima. Bateram US$ 3,7610 na máxima do dia, uma alta de 170 pontos. Na quinta (4), subiram 75 pontos e, na terça (2), recuaram 1.575 pontos. Em 2025, até o fechamento de sexta-feira (5), os contratos para dezembro próximo somaram alta de 8.430 pontos.
Contratos de robusta
Na ICE Europe, os contratos de robusta para novembro próximo bateram, na máxima de sexta (5), US$ 4.440 por tonelada, alta de US$ 26. Fecharam o pregão valendo US$ 4.309, com queda de US$ 105. Na quinta (4), caíram US$ 40 e, na quarta (3), subiram US$ 55. Esses contratos para novembro próximo subiram US$ 1.484 por tonelada (44,6%).
Contratos futuros em R$
Em reais por saca, os contratos para setembro próximo na ICE Futures US encerraram a sexta (5) valendo R$ 2.675,45. Terminaram a sexta anterior (29/8) valendo R$ 2.769,19 e a sexta anterior a ela (22/8), R$ 2.715,26.
Mercado físico
Segundo o Boletim Carvalhaes, o mercado físico brasileiro teve mais uma semana com volume de vendas abaixo do usual para esta época do ano. Durante o mês de agosto, o valor das ofertas no mercado físico brasileiro subiu forte, mas o volume de negócios fechados foi baixo para este período de entrada no mercado de uma nova safra. As fortes e repentinas oscilações nas bolsas de Nova York e Londres continuam dificultando o fechamento de um volume maior de negócios, com poucos produtores dispostos a fechá-los nas bases de preço oferecidas pelos compradores. Há interesse comprador para todos os padrões de café.
Embarques
Até dia 5, os embarques de setembro estavam em 138.829 sacas de arábica, 23.480 sacas de conilon e 22.201 sacas de solúvel, totalizando 184.510 sacas embarcadas, contra 283.420 sacas no mesmo dia de agosto.
Até dia 5, também, os pedidos de emissão de certificado de origem para embarque em setembro totalizavam 657.962 sacas, contra 414.550 sacas no mesmo dia do mês anterior.