A lagarta-verde, também conhecida como mandarová ou mandarová-do-fumo, é o nome popular da Phlegethontius carolina paphus. Lagarta é o termo usado para designar o estágio inicial dos insetos da ordem Lepidóptera (entre eles borboletas e mariposas).
Esse tipo de lagarta é bastante comum em toda a América do Sul, e causa grandes problemas para produtores agrícolas nos mais diversos cultivos. Seus hábitos herbívoros e desfolhadores atrapalham o desenvolvimento da lavoura e diminuem a qualidade do produto final.
A Phlegethontius carolina paphus tem cerca de 70 milímetros de comprimento e se diferencia de outras lagartas pelas faixas brancas e finas nas laterais, e por ter pernas abdominais e terminais. Ela também é bastante encontrada em diversas plantas como coqueiros, bananeiras, algodão, fumo, cana-de-açúcar, milho, alfafa, entre outras.
No agronegócio, a lagarta-verde é uma praga importante principalmente nas culturas de soja, milho, cana-de-açúcar, algodão e arroz. As principais dificuldades para o seu controle são sua camuflagem em meio à folhagem e seus hábitos noturnos. Apesar desses problemas, existem diversos métodos para combater a praga nos principais cultivos, seja por meios físicos, seja por meios químicos, seja por controle biológico.
Detalhe da lagarta-verde. (Fonte: Wikimedia Commons/Reprodução)
Como combater a lagarta-verde?
1. Aplicação de inseticidas
O uso de inseticidas é um método bastante eficaz de controle, mas são necessários alguns cuidados. É importante conhecer a região, o histórico de ataques e realizar a rotação de produtos para evitar a criação de pragas resistentes ao químico.
Também é importante realizar a identificação correta da praga. Existem diversos tipos de lagartas que afetam as grandes culturas, como a soja, e muitas têm hábitos diferentes de alimentação, concentrando-se em diferentes partes do desenvolvimento da planta. Realizar a identificação correta é fundamental para otimizar o uso do defensivo e garantir a sua eficácia contra a real ameaça para a lavoura.
2. Controle biológico
A liberação de insetos benéficos pode ajudar a controlar as lagartas-verdes. Parasitas endógenos como a Apanteles sp. e a Belvosia bifasciata, além da vespa Cotesia congregata, que põe ovos que parasitam as lagartas, são alguns dos predadores naturais da lagarta-verde. O controle biológico é mais eficaz quando as lagartas estão em fase inicial de larva.
Inseto se camufla nas folhas e tem hábitos noturnos. (Fonte: Pixabay/Reprodução)
3. Sementes modificadas
A compra de sementes geneticamente modificadas para a criação de plantas mais resistentes também é eficaz. É possível adquirir sementes ricas em silício, ou utilizar fertilizantes que causem esse efeito, para criar plantas com fibras mais rígidas que desgastam a mandíbula das lagartas.
4. Manejo Integrado de Pragas (MIP)
O MIP é uma técnica que reúne diferentes maneiras de proteção da lavoura, sejam químicas, sejam naturais. No MIP, além do planejamento de inseticidas, também ocorre a utilização de técnicas como a rotação de culturas, adubação equilibrada e plantios de ciclo curto. Além disso, pode-se realizar o controle cultural, como a retirada de plantas espontâneas, que podem servir de abrigo para as lagartas que estejam próximas ao cultivo.
Importância da identificação das lagartas
Existem diversas espécies de lagartas que apresentam real ameaça para os grandes cultivos do Brasil, entre as mais comuns:
- lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda);
- lagarta-preta-da-soja (Spodoptera cosmioides);
- lagarta-das-folhas (Spodoptera eridania);
- lagarta-falsa-medideira (Chrysodeixis includens);
- lagarta-helicoverpa (Helicoverpa armigera);
- lagarta-da-soja (Anticarsia gemmatalis).
Só no ciclo da soja, por exemplo, é normal a ocorrência de diversas lagartas em diferentes fases de desenvolvimento das plantas, a lagarta-elasmo e a lagarta-rosca são comuns nas fases iniciais. A lagarta-da-soja (Anticarsia gemmatalis) e a falsa-medideira (Chrysodeixis includens) se desenvolvem nas fases do meio, enquanto as Spodoptera spp, Heliothis virescens e lagarta-do-velho-mundo (Helicoverpa armigera) em todas as fases.
A identificação correta é fundamental para escolher os inseticidas e herbicidas corretos, além de planejar o manejo integrado de pragas. Para isso, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) disponibiliza o Manual de identificação de insetos e outros invertebrados da cultura da soja. Também é possível encontrar materiais para a identificação de pragas comuns a outras culturas.
Fonte: Embrapa, Terra Magna, Syngenta, Mais Soja