Após uma semana intensa e marcada por desvalorização expressiva, o mercado futuro do café arábica encerrou as negociações desta sexta-feira (15) com leve recuperação para os preços e ainda abaixo dos 200 cents/lbp em Nova York (ICE Future US). O café, antes com fundamentos sólidos, sentiu os impasses de uma possível recessão afetando as cotações mesmo com a colheita da safra brasileira atrasada e com a possibilidade de quebra ainda mais expressiva na produção deste ano.
Setembro/22 teve alta de 450 pontos, negociado por 199,80 cents/lbp, dezembro/22 teve valorização de 385 pontos, cotado por 196,60 cents/lbp, março/23 teve alta de 355 pontos, valendo 193,90 cents/lbp e maio/22 teve valorização de 340 pontos, cotado por 192,25 cents/lbp.
Em comparação com a última semana, o contrato referência – setembro/22 teve baixa de 10,34% com a desvalorização intensa nos últimos dias. Segundo analistas ouvidos pelo Notícias Agrícolas, com o temor financeiro global em evidência, a recuperação para o café, se acontecer, deve ser observada no médio prazo.
Operadores, no entanto, continuam de olho nas condições climáticas no Brasil. Primeiro pelo período de inverno, que pode trazer ainda mais volatilidade ao mercado e também já há certa preocupação com o volume de chuva, que segundo a Fundação Procafé, voltou a ficar abaixo do ideal nas principais áreas de produção de Minas Gerais.
A semana também foi marcada pelos dados de exportação do Brasil. O Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) divulgou que o país encerrou o ano-safra com 39,6 milhões de sacas embarcadas. O número é considerado positivo após o ano de turbulência para o setor exportador a nível global.
Já na Bolsa de Londres, o café conilon encerrou o dia com ajustes nos preços. Setembro/22 teve queda de US$ 7 por tonelada, valendo US$ 1923, novembro/22 teve baixa de US$ 11 por tonelada, valendo US$ 1924, janeiro/23 recuou US$ 13 por tonelada, cotado por US$ 1919 e março/23 encerrou com desvalorização de US$ 13 por tonelada, valendo US$ 1914.
No Brasil, o produtor, que já participava pouco do mercado, operou menos ainda nesta semana de baixas. Focado na colheita, o setor produtivo segue fechando negócios da “mão para a boca”, condição já esperada no período de entressafra, mas que está mais acentuada neste ano diante da incerteza do tamanho da produção brasileira.
A sexta-feira (15) foi marcada por leve recuperação nas principais praças de comercialização do país.
O tipo 6 bebida dura bica corrida teve alta de 0,81% em Guaxupé/MG, negociado por R$ 1.240,00, Poços de Caldas/MG teve alta de 0,81%, valendo R$ 1.250,00, Varginha/MG teve alta de 2,42%, cotado por R$ 1.270,00 e Franca/SP teve alta de 1,60%, valendo R$ 1.270,00.
O tipo cereja descascado teve alta de 0,77% em Guaxupé/MG, negociado por R$ 1.315,00, Poços de Caldas/MG teve valorização de 0,74%, cotado por R$ 1.360,00 e Campos Gerais/MG teve alta de 1,49%, cotado por R$ 1.365,00.