Frigoríficos paulistas estão mais abastecidos com gado de confinamento e ficam fora das negociações
Enquanto muitos frigoríficos de São Paulo estão afastados das negociações diárias, pois já detêm animais de confinamentos adquiridos antecipadamente, indústrias de outros Estados ainda optam por preencher as programações de abate com compras de gado à vista, o que deixa esses mercados do boi gordo mais movimentados.
“Nos últimos dias, inclusive, a equipe do Cepea vem registrando negócios fora de São Paulo sendo realizados a valores acima dos observados no mercado paulista”, disse o Centro de Estudos Avançados em Pesquisa Avançada (Cepea) em nota.
De acordo com os pesquisadores do instituto, tem diminuído a diferença entre os preços do gado de outros Estados em relação à cotação da arroba em São Paulo, normalmente considerada referência e com valores mais elevadas.
Em comparação à média paulista, o caso mais significativo ocorre em Mato Grosso do Sul, onde o diferencial está em R$ 6,18 por arroba na parcial de agosto, de acordo com o indicador do boi gordo Cepea/B3. Desde outubro de 2021, a diferença de preços entre esses dois Estados não ficava na casa dos R$ 6.
Nesta quinta-feira (15/8), o indicador fechou em R$ 232,85 por arroba, leve redução de 0,58% na variação diária.
No levantamento da Scot Consultoria, em Barretos (SP) e Araçatuba (SP), o preço bruto do boi gordo ficou cotado em R$ 230 por arroba a prazo, estável.
“Com a chegada da metade de agosto, a tendência é de enfraquecimento da demanda interna por carne bovina, em função do menor poder aquisitivo da população. Conhecendo esse ciclo do mercado de carne, as indústrias estão realizando compras conforme suas necessidades de preenchimento de escala”, disse a Scot em boletim.
“Em contrapartida, os pecuaristas estão segurando suas boiadas, visando preços melhores. Devido esses fatores, o mercado permaneceu estável”, acrescentou.
Já em Belo Horizonte (MG), o preço da arroba subiu para R$ 225 no comparativo diário, segundo a consultoria.