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novembro 25, 2024
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Por que a França vai gastar milhões de euros para destruir seus vinhedos?

País obteve financiamento da União Europeia para encerrar operação em 30 mil hectares de área produtiva do país

A França vai usar € 120 milhões (R$ 728 milhões na cotação de 8 de outubro) da União Europeia para acabar com 4% da área de produção de vinho do país. A decisão foi anunciada pelo Ministério da Agricultura francês na última sexta-feira (4/10).

A Comissão Europeia aprovou o financiamento para a remoção permanente das vinhas, a uma taxa de € 4 mil (R$ 24 mil) por hectare, pagos para o produtor, de acordo com um comunicado do ministério da agricultura. Isso implicaria uma redução de cerca de 30 mil hectares na área produtiva do país.

O principal motivo para a atitude drástica é a derrocada da demanda pela bebida e o excesso da produção francesa, especialmente na região de Bordeaux. O país europeu tem 789 mil hectares de vinhedos, ou 11% dos vinhedos do mundo, de acordo com dados do Ministério da Agricultura do país. A produção deverá cair para entre 40 milhões e 43 milhões de hectolitros, abaixo dos cerca de 48 milhões do ano passado e abaixo da média dos últimos cinco anos, prevê o ministério.

O objetivo da medida é impedir o colapso dos preços e incentivar que produtores busquem outras formas de rentabilizar seus campos. O plano também prevê a venda do álcool dos vinhos destruídos para usos não-alimentícios, como para higienizadores, produtos de limpeza e perfume.

“A situação do setor vinícola é realmente preocupante, com uma queda acentuada na previsão de colheita devido às mudanças climáticas, mas também com queda no consumo de vinho e com uma concorrência muito acirrada”, disse a ministra Annie Genevard.

Queda mundial na demanda

O mercado viticultor francês ainda não se recuperou totalmente da diminuição da demanda pela pandemia. As exportações caíram 10% entre o último ano e 2022, especialmente pela menor procura chinesa pelo produto. Isso porque o gigante asiático vem aumentando sua produção da bebida e tem importado de outros países, principalmente da Península Ibérica.

Dados da comissão europeia de 2024 mostram que o consumo de vinho caiu dentro do velho condimentem-te também, com queda de 15% na França, 7% na Itália, 10% na Espanha, 22% na Alemanha e 24% em Portugal, enquanto a produção de vinho no bloco – maior produtor mundialmente – cresceu 4% desde o início do ano.

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