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novembro 25, 2024
Agricultura

Novos silos e armazéns começam a operar na safra 2024/25 em MT e PA

Movimento nos portos do Arco Norte incentiva estruturas de armazenagem ao longo da BR-163

O aumento da participação dos portos do Arco Norte nas exportações do agronegócio está puxando a demanda por estruturas de armazenagem ao longo da BR-163, entre os Estados de Mato Grosso e Pará. Viajando pela rodovia a presença de novos silos chama a atenção. De tão recentes, as estruturas metálicas ainda não estão cobertas de poeira e reluzem ao sol.

Castelo dos Sonhos, distrito pertencente ao município de Altamira (PA), é um exemplo de mudança na paisagem. À beira da rodovia, a Tapajós Agropecuária estava finalizando as obras de terraplanagem quando a reportagem do Caminhos da Safra passou pelo local.

Mesmo com alguns tratores ainda trabalhando, Leomar Alves da Silva, gerente responsável pela unidade, afirma que “se hoje tivesse grão, já daria para receber, porque a parte operacional e automação está pronta”.

Após um ano e meio da construção de seis silos, a expectativa é começar a armazenar 330 toneladas na safra de soja 2024/25. Leomar conta que, ao observar a demanda pela região, os grãos devem chegar de municípios na fronteira dos dois estados.

“Aqui próximo, um produtor arrendou dois mil hectares, em Alta Floresta (MT). É produtor que vem do Mato Grosso e agora está plantando. Junto com isso, vem toda a cadeia. A vantagem é que o adubo, o gesso, o calcário já estão por aqui por aqui”, ele relata.

A algumas dezenas de quilômetros, outra grande estrutura destoa na paisagem, com os dizeres Agro 5 Armazéns Gerais. Quem vem de moto, de dentro do escritório, é Benhur Granella, proprietário de loja de produtos agropecuários e um dos sócios da empresa de armazenagem.

Granella conta que a estrutura está pronta há cerca de dois anos, mas o antigo dono entrou com pedido de recuperação judicial. Então, ele e outros quatro sócios sojicultores arrendaram a área recém-construída. “Fizemos algumas contas e vimos a viabilidade econômica de prestar serviço para a região, então decidimos fazer esse arrendamento”, conta Benhur.

Assim, na segunda safra de 2024, eles operaram pela primeira vez a estrutura, que tem capacidade de estocar 240 mil toneladas de grãos.

Tendência é de crescimento

Os portos do Arco Norte representam um terço das exportações de milho e soja do Brasil, conforme dados do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). De janeiro a abril de 2024, o governo federal registrou 66,5 milhões de toneladas exportadas por esta região do país, aumento de 5,3% em relação ao mesmo período de 2023.

Figuram nesta lista, os portos de Itacoatiara (AM), Santarém (PA), Santana (AP), Barcarena/Vila do Conde (PA), São Luiz (MA) e Salvador (BA), além de estações de transbordo que contribuem para o armazenamento e deslocamento dos grãos.

Diante da expansão dos grãos, a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) estima que o Arco Norte possa embarcar até 100 milhões de toneladas por ano até 2030.

Neste cenário, a tendência é de crescimento da oferta de silos e armazéns ao longo da BR-163. É o que avalia Ricardo Barra, diretor-presidente da concessionária Via Brasil, que administra o trecho entre Sinop (MT) e Miritituba (PA).

“É uma realidade da região. Quanto mais vemos a expansão dos grãos, mais estes negócios [de armazenagem] devem crescer. Isso atrai as companhias que desenvolvem os silos e contribui para outros desenvolvimentos, como a melhoria das estradas”, projeta.

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