Relatório do Grupo Técnico de Monitoramento visa promover meios para que o abastecimento seja sustentado e ampliado em todo o Estado.
O Grupo Técnico de Monitoramento do Abastecimento de Alimentos e Produtos Agropecuários no Estado de São Paulo lança seu décimo primeiro diagnóstico atualizando os principais impactos da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) ao setor. Os dados englobam toda a cadeia, nos 645 municípios, e valem de 08 a 19 de junho 2020. Entre os destaques do relatório está o aumento do consumo interno, puxado pelo abrandamento da distância social.
A ANEC (Associação Nacional dos Exportadores de Cereais) registra que, mesmo diante do atual cenário da pandemia, o setor agropecuário vem apresentando bons resultados no Brasil, com um crescimento do PIB de 1,9% em 2020, comparado ao mesmo período do ano anterior. Uma safra recorde vem sendo colhida e o setor tem sido capaz de escoá-la para os mercados consumidores, tanto interna quanto externamente. A automação presente em toda a cadeia (fazendas, logística interna, armazéns, terminais portuários) aliada às medidas de segurança implementadas por todos os entes da cadeia tem garantido a continuidade das operações.
Isso é comprovado pelo crescimento total de exportação de carne bovina na ordem de 9,1% entre janeiro e maio de 2020, quando comparado ao mesmo período de 2019. Em função da alta demanda externa, volta do consumo interno de cortes mais nobres, retomada leve do food service e falta de oferta de animais para abate, nota-se preços firmes com tendência de alta para a carne bovina na primeira quinzena de junho.
A carne de frango atinge estabilidade entre oferta e demanda indicando para junho preços em forte recuperação e tendência de alta, com o mercado interno se ajustando e o bom desempenho das exportações. As negociações externas da proteína cresceram 5,6% entre janeiro e maio de 2020, quando comparadas ao mesmo período de 2019, sendo a China o principal destino do produto brasileiro (responsável por 15% das exportações).
As exportações totais de carne suína também cresceram 35,1% entre janeiro e maio de 2020 e a demanda interna está mais aquecida, diante do afrouxamento gradual da quarentena em diversas regiões do país. A melhora nas vendas do animal vivo e da carne, especialmente no início do mês, elevou as cotações de todos os produtos de origem suinícola.
Embora o preço da arroba suína tenha se mantido estável, o preço continua não cobrindo os custos de produção, o que ilustra a maior preocupação do setor.
Já a demanda por ovos, primeiro substituto direto da carne de frango, começou a diminuir, fazendo com que as cotações da caixa de 30 dúzias caíssem 10% em junho quando comparado a maio.
No setor de food service é observada tendência de indícios de futura recuperação à medida que as ações de distanciamento social começam a ser atenuadas por todo o país. A redução média de operação das últimas três semanas passou da marca de -50% para -47%.
O faturamento dos distribuidores que atendem a cadeia continua registrando queda no mês de junho: aproximadamente 5% entre a primeira e segunda semana de junho, em comparação ao mesmo período do ano de 2019. Embora ainda negativa, é a melhor marca já registrada desde o início da pandemia.
A mesma movimentação se percebe na demanda pelo serviço de transporte rodoviário de carga, que, embora ainda se mantenha em queda, registra recuos cada vez menores. Decrescimento passou de -38,8% no final da 2ª quinzena de maio, com leve recuperação no final da 1ª quinzena de junho, chegando a -34,4%.
O Grupo Técnico de Monitoramento do Abastecimento de Alimentos e produtos agropecuários no Estado de São Paulo é composto pelo secretário de Agricultura e Abastecimento, Gustavo Diniz Junqueira, Presidente da InvestSP (Agência de Promoção de Investimentos e Competitividade), Wilson Mello, representantes da Prefeitura, da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (ABIA), Associação Paulista de Supermercados (APAS), Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (ABRASEL), Federação das Empresas de Transporte de Cargas do Estado de São Paulo (FETCESP), Instituto de Food Service Brasil e outros importantes representantes do setor privado.