Entre os dias 22 e 25 de março Franca receberá a 2ª Alta Café, com a participação de mais de 60 expositores. A região conta com a Associação Cerejas do Café, um grupo composto por mulheres relacionadas a cadeia do setor com o objetivo de promoção, capacitação e empoderamento. Ali são reunidos 271 integrantes e o destaque para a presença das mulheres. “A atuação das mulheres na cafeicultura tem acontecido cada vez mais de forma ativa. Por muitos anos, as mulheres foram vistas como coadjuvantes na cafeicultura. Atualmente, cada vez mais, elas estão ingressando nas decisões tanto da produção quanto da comercialização”, afirma Lais Peixoto Costa Faleiros, atual presidente da Cerejas.
Laís vem de família de produtores de café e como a maioria das mulheres, sempre esteve ligada de forma indireta com as atividades relacionados ao grão. Há cinco anos, decidiu entender mais do universo de café, se especializou na área e hoje, atua no setor de exportação do grupo Eldorado (produtor de café) e da Cocapil (Cooperativa dos Cafeicultores e Agropecuaristas de Ibiraci). Ela também responde como diretora de Relações Internacionais da da IWCA Brasil (Aliança Internacional de Mulheres do Café).
Também integrante da Associação Cerejas do Café, Elda Cardoso está envolvida com cafeicultura há 12 anos, desde quando o marido saiu de Minas para fazer o plantio de café na região de Franca, ela se aprofundou no assunto. Fez pesquisas na Colômbia e cursos de diferentes mestres para se dedicar exclusivamente ao café especial. “Hoje, sou mestre de torra e faço todo o processo de pós-colheita da minha marca, La Finca Brazil – Cafés Especiais. Escolho talhões que melhor serão aproveitados, faço rebenefício para separar as peneiras, a torra e toda a comercialização”, explica. O La Finca, inclusive é uma das 14 marcas de cafés especiais que estará presente na 2ª Alta Café (Feira de Negócios e Tecnologia da Alta Mogiana), por meio do Núcleo de Cafés Especiais da ACIF (Associação do Comércio e Indústria de Franca).
“Esse universo é bem democrático, dando as mulheres plena liberdade de mostrar seus conhecimentos e aceitam muito nossa participação em todos os ambientes que envolve essa bebida maravilhosa. Por isso, de seis anos para cá, o envolvimento das mulheres tem crescido de forma muito expressiva, nas lavouras, cafeterias, cursos, feiras”, destaca Elda. “Através de feiras, cursos, temos a oportunidade de conhecer mulheres engajadas do país inteiro nessa cadeia produtiva do café, fazendo com que a união de todas se torne ainda maior. Acho que o café realmente é uma das culturas que mais aceita as mulheres, desde o campo até a etapa final, que são as cafeterias”, completa.
Para Laís, que preside o Cerejas do Café, feiras como a Alta Café contribuem para agregar conhecimento e buscar novos mercados. “Eventos, cursos, palestras e feiras ligadas à cafeicultura são de extrema importância. Através deles, conseguimos melhorar as práticas agrícolas conseguindo mais qualidade e produção. Também conseguimos acessar diferentes mercados e, consequente, uma melhora na comercialização”.
O evento recebeu a confirmação da presença de uma Comissão de Mulheres Agraristas durante a feira. A entidade, sem fins lucrativos e vínculos governamental, reúne mulheres com o objetivo de aprofundar o estudo do Direito Agrário e áreas correlatas, bem como incentivar e defender a participação feminina no setor do agronegócio.
A entrada é gratuita. O evento será realizado no Clube de Campo de Franca, das 8 às 17 horas. Mais informações acesse: altacafe.com.br.
As informações são da Comunicação Alta Café