Equipe de Desenvolvimento Técnico do Núcleo de Nepomuceno/MG da Cooxupé explica como mitigar efeitos de enfermidades que surgem nesta estação.
O café, uma das commodities agrícolas mais importantes do mundo, enfrenta uma série de desafios fitossanitários ao longo do ano. Ou seja, com algumas doenças de inverno no cafeeiro. Por isso, a equipe de Desenvolvimento Técnico do Núcleo de Nepomuceno/MG da Cooxupé mostra quatro enfermidades que atingem seu ápice nesta época do ano na plantação do grão.
- Doenças de inverno no cafeeiro
- 1. Mancha de Phoma
- 2. Antracnose
- 3. Ferrugem tardia
- 4. Mancha Aureolada
Doenças de inverno no cafeeiro
Em primeiro lugar, o inverno apresenta condições específicas que favorecem o desenvolvimento de certas patologias. Assim, impactando negativamente a produtividade e a qualidade dos grãos.
Neste contexto, é crucial compreender as principais doenças que afetam o cafeeiro durante essa estação. Bem como os métodos de prevenção e controle disponíveis para mitigar seus efeitos.
Portanto, dentre as principais, podemos destacar:
1. Mancha de Phoma
Antes de mais nada, é uma doença fúngica prevalente durante o inverno. Particularmente em condições de temperatura amena em torno de 15°C e umidade elevada. De antemão, o fungo tende a proliferar em folhas lesionadas, resultantes de danos causados por pragas ou traumas mecânicos induzidos. Principalmente pelo atrito das folhas devido aos ventos.
Os sintomas característicos da doença, portanto, incluem manchas foliares variando de tonalidades marrons a negras. Além de secamento das extremidades dos ramos (de fora para dentro da planta), queda de botões florais e necrose dos frutos.
Para prevenir e controlar a mancha de Phoma, nesse sentido, é fundamental adotar práticas culturais adequadas. Como, por exemplo, plantios de quebra-ventos, diminuindo a ocorrência de ventos nas plantas.
Ademais, o controle efetivo da Mancha de Phoma também pode envolver o uso de fungicidas específicos. Aplicados de acordo com as recomendações técnicas e seguindo os períodos de carência estabelecidos.
2. Antracnose
Primordialmente, a antracnose é uma doença fúngica que afeta os ramos, frutos e folhas das plantas. E é caracterizada por lesões escuras. Essas lesões podem variar em tamanho e forma, manifestando-se como manchas escuras que, eventualmente, se expandem. E causam o apodrecimento dos tecidos vegetais afetados.
As condições favoráveis para o desenvolvimento da antracnose incluem, sobretudo, temperaturas próximas a 20°C e alta umidade ambiental. Esses fatores criam um ambiente propício para a germinação dos esporos do fungo e a subsequente infecção nas plantas.
Dessa forma, para controlar a enfermidade de forma eficaz, é essencial adotar medidas preventivas e curativas. Entre as estratégias preventivas, pois, destacam-se a realização de boas práticas agrícolas, como o manejo adequado nutricional.
Além disso, a poda higiênica, que envolve a remoção de ramos doentes e a limpeza regular das ferramentas de poda, pode ajudar a reduzir a disseminação da doença.
No controle curativo, por outro lado, o uso de fungicidas específicos é uma prática comum para suprimir a infecção fúngica. E limitar o seu avanço nas plantações. Aliás, a aplicação dos fungicidas deve ser realizada de acordo com as recomendações técnicas e em períodos estratégicos. Isso levando em consideração o ciclo de vida do fungo e as condições climáticas favoráveis à sua proliferação.
3. Ferrugem tardia
Acima de tudo, a ferrugem é uma doença fúngica, que tem seu ataque predominante no período do verão, onde ocorre temperatura e umidade altas. Entretanto, por efeito de controle mal feito ou caso as condições climáticas da doença se estendam pelo inverno, a doença continua seu ataque, sendo chamada de ferrugem tardia.
Inclusive, é a principal doença do cafeeiro, sendo uma das mais devastadoras para a cafeicultura em todo o mundo. A enfermidade afeta as folhas das plantas de café, causando manchas amarelas e laranjas na parte superior das folhas. Além de crescimento de esporos de ferrugem na parte inferior, causando a queda prematura das folhas. E, ainda, enfraquecendo a planta e reduzindo significativamente sua produção.
Para controlar a ferrugem do cafeeiro, contudo, os cafeicultores adotam várias estratégias. Incluindo o uso de variedades resistentes, aplicação de fungicidas preventivos e curativos.
Do mesmo modo, é essencial monitorar regularmente as plantações para detectar sinais precoces de infestação. E, por fim, agir rapidamente para evitar a disseminação da doença.
4. Mancha Aureolada
Em suma, é uma doença bacteriana do cafeeiro. A princípio, a mancha aureolada se manifesta através de manchas necróticas acompanhadas de um halo amarelado em seu entorno. Além disso, a bactéria pode atacar ramos fazendo-os murcharem e causando sua morte. Muitas vezes com as folhas ainda presas no ramo, diferenciando da Phoma (seca de ponteiros).
Nesse sentido, as condições ideais para o desenvolvimento da enfermidade incluem temperaturas em torno de 18 a 20°C, alta umidade e chuvas frequentes. A doença é transmitida principalmente pelos ventos. E por meio de implementos contaminados oriundos de lavouras doentes.
Para controlar a mancha aureolada, afinal, são necessárias medidas preventivas e de manejo integrado. Como, por exemplo, plantios de quebra-ventos, escolha de variedades tolerantes e monitoramento constante das condições climáticas. Por último, a poda das partes afetadas da planta, eliminando o inóculo do patógeno, também ajuda em seu controle.
Em conclusão, fazemos o controle químico com bactericidas específicos, bem como usamos produtos à base de cobre.