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novembro 25, 2024
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Cacau fecha em alta de mais de 6% em Nova York

Clima pressiona cotações das commodities na bolsa americana; no campo negativo, ficam café e suco de laranja

cacau fechou com uma significativa alta de 6,29% (US$ 457) no pregão desta quarta-feira (11/9) na bolsa de Nova York, ficando cotado em US$ 7.728 a tonelada, no caso dos contratos com vencimento para dezembro deste ano. No momento, estão mais de 69 mil negociações em aberto.

Os preços globais do cacau, ao longo do ano, subiram em razão de doenças e condições climáticas adversas em Gana e na Costa do Marfim, que juntas são responsáveis por mais de 60% da produção mundial. Esse cenário resultou no terceiro déficit de mercado consecutivo.

A Organização Internacional do Cacau (ICCO, na sigla em inglês) atualizou recentemente sua previsão para o déficit global da amêndoa na safra 2023/24, estimando uma falta de 462 mil toneladas e prevendo o menor índice de estoques em relação à moagem dos últimos 45 anos. Os fatores técnicos têm se expressado em uma tendência mista de altas e baixas da amêndoa em Nova York.

Gana, segundo maior produtor de cacau do mundo, está prestes a aumentar o preço pago aos produtores de cacau em quase 45% para a safra 2024/25 a fim de melhorar os rendimentos dos pequenos agricultores e combater o contrabando de grãos. As informações são do jornal The Sun, da Nigéri.

O aumento de preços continua pendente de aprovação do governo, mas espera-se que se alinhe com os valores já estabelecidos no maior produtor, a Costa do Marfim. As nações estabeleceram uma iniciativa conjunta para coordenar os preços e o fornecimento do cacau para apoiar a indústria local e melhorar os meios de subsistência dos agricultores, o que pode interferir na disponibilidade da amêndoa que será ofertada.

Café

Os lotes de café com vencimento para dezembro fecharam em queda leve de 0,22% em Nova York. O preço ficou em US$ 2,4665 a libra-peso. A seca severa nas principais praças cafeeiras do Brasil têm gerado muita preocupação com a disponibilidade do café para indústria e torrefadoras, o que desperta volatilidade no mercado.

Segundo o consultor e sócio da MM Cafés, Marcus Magalhães, o cenário climático ainda é o principal pano de fundo das negociações de café, ainda que haja dias de lateralidade do mercado com aumento de preços mais ‘contido’, não como os produtores esperam, enquanto tentam manejar os cafezais para evitar prejuízos e enfrentar os desafios da estiagem, “que passa da conta do cafeicultor”.

“O Brasil arde em chamas e isso vem deixando o agro muito estressado porque esse clima começa a macular tanto as lavouras cafeeiras que estão no início do ciclo 2025, quanto às safras de verão que começariam, em tese, agora”, destacou.

Açúcar

Os lotes para outubro do açúcar demerara, de maior liquidez no momento, encerraram em alta de 1,41%, a 18,73 centavos de dólar por libra-peso. Conforme a análise de Rich Asplund, do Barchart, a desvalorização do petróleo bruto “subcotaram” o etanol e podem levar as usinas de açúcar globais a desviar mais moagem de cana à produção de açúcar, aumentando a oferta da commodity.

Os dados da Opep explicam o recuo do petróleo, pois a entidade reduziu a demanda do óleo de 2,11 milhões para 2,03 milhões de barris por dia neste ano, o que influencia diretamente no preço do etanol e do açúcar.

Qualquer novo diagnóstico meteorológico também tem mexido nas negociações internacionais do demerara. Ontem, com previsão de chuva no Centro-Sul do Brasil nos próximos dez dias, há potencial benefício aos canaviais. Todavia, não se pode descartar o contexto das semanas passadas que refletiram no rumo que as negociações de açúcar tem tomado, segundo a Organização Internacional do Açúcar (ISO, em inglês).

“Os fundamentos foram ainda apoiados pelas notícias de que o governo da Índia suspendeu as restrições às destilarias anexas ou independentes que usam caldo de cana para produzir etanol durante a próxima safra 2024/25, que foram confirmadas em 29 de agosto, reduzindo a probabilidade de exportações indianas de açúcar durante a próxima temporada”, avaliou a ISO em nota.

Algodão e suco de laranja

Os papéis do algodão com vencimento para dezembro finalizaram a sessão com uma alta de 2,05%, cotados a 69,61 centavos de dólar por libra-peso. O mercado da pluma aguarda o relatório de oferta e demanda do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), nesta quinta-feira (12/9). De acordo com a Trading Economics, há “preocupações crescentes sobre possíveis danos às colheitas causados pelas condições climáticas” e o mercado reagiu à ameaça iminente da tempestade tropical Francine, que afetaria as principais regiões produtoras de algodão na Costa do Golfo dos EUA.

O suco de laranja concentrado e congelado (FCOJ, na sigla em inglês) caiu 3,90% e ficou cotado em US$ 4,8225 a libra-peso para os contratos com vencimento em novembro, com realização de lucros pelos agentes de mercado.

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