Empresa teve resultado líquido de R$ 97,5 milhões no período
A Brasilagro já começou 2025 e os primeiros sinais indicam que o ano deve ser mais favorável depois de um período difícil para o agronegócio. Com um calendário próprio, a companhia divulgou os resultados do primeiro trimestre fiscal, com um lucro líquido de R$ 97,5 milhões, três vezes maior que o registrado um ano antes, quando ficou em R$ R$ 30 milhões.
A margem líquida ficou em 21% e o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado somou R$ 169,4 milhões, na comparação com R$ 23,4 milhões um ano antes.
No fim de setembro, a Brasilagro havia comercializado 56,8 mil toneladas de soja, 55% mais que as 36,7 mil toneladas negociadas no mesmo período do ano passado.
O cultivo de cana também trouxe resultados positivos para a empresa, com 1,6 milhão de toneladas colhidas em Mato Grosso e São Paulo. Resta agora a colheita do Maranhão que, segundo o executivo, deve apresentar bom desempenho. “A recuperação dos preços do açúcar em 20% nos ajudou, depois de termos arrendado a área em São Paulo, além de recebermos um prêmio das usinas pela nossa cana, já negociado previamente”, afirmou.
A receita líquida da Brasilagro no trimestre, então, ficou em R$ 454,6 milhões, composta por R$ 129,3 milhões da venda de fazendas e R$ 325,3 milhões na comercialização de produtos agrícolas. Esse resultado é 67% superior ao registrado no primeiro trimestre de 2024.
Sobre as expectativas para o próximo ano, Guillaumon aponta que é cedo para falar da soja, cujo plantio chegou a 43% da área estimada para 2024/25, sendo que, em Mato Grosso, 80% da área foi semeada em solo úmido, apesar do atraso inicial por conta da seca.
Entretanto, se talvez não afete as lavouras da oleaginosa, esse atraso mudou os planos da empresa para a safrinha. A Brasilagro deve semear uma área de milho 43% maior no inverno e reduzir a área de algodão em 12%.
“A soja precisa ser colhida em janeiro para dar tempo de ter algodão na janela ideal, cujo ciclo é de 180 dias. Como isso não deve ocorrer, optamos por plantar milho em algumas regiões. Além disso, não vale a pena arriscar a produtividade de um cultivo que tem o custo de produção tão mais alto que o milho”, disse o executivo.
Segundo ele, em média o custo para se produzir milho é de R$ 3 mil a R$ 4 mil por tonelada, enquanto o algodão sai por R$ 12 mil a R$ 13 mil a tonelada.
A Brasilagro já fixou a venda de 33% da safra de soja 2024/25 ao preço de US$ 11,57 o bushel em média e travou 50% do câmbio dos embarques de soja em R$ 5,55. No caso do algodão, a empresa já fixou o preço de 26% da produção, a 80,42 centavos de dólar por libra-peso. Para a pluma, o hedge de câmbio até o momento está em 56% da expectativa de colheita, a R$ 5,50.
No comércio interno, a empresa fez hedge de 13% da safra de milho, a R$ 55,17 a saca; 31% do etanol, a R$ 2,594 o metro cúbico e 4% do açúcar, a R$ 1,09 o quilo do ATR.
Sobre o comércio de terras, Guillaumon afirmou que deve continuar vendendo propriedades que atingirem o valor de maturação. “Até porque depois de estarem prontas, a rentabilidade sobre o valor do ativo começa a cair.”
Mas também afirma que arrendamentos e novas compras não estão descartadas. “Somos uma empresa de negociação imobiliária também.”