Muito além da produção de mel, abelhas têm grande participação nos ecossistemas e trazem benefícios para a saúde
As abelhas são conhecidas principalmente pela produção de mel, cera e geléia real. Embora seja um inseto muito popular, existem curiosidades sobre as abelhas que não são tão conhecidas. Você sabia que o veneno da abelha pode ser usado como um botox natural ou para a prevenção doenças como a artrite?
No Brasil, existem mais de 300 espécies nativas. Essenciais para a conservação da biodiversidade no mundo, elas são responsáveis por cerca de 70% da polinização das plantas cultivadas e cooperam diretamente com a produção de sementes e frutos. Além da importância para o desenvolvimento das áreas verdes, as abelhas também ajudam na geração do oxigênio. Confira, a seguir, dez fatos curiosos sobre as abelhas.
1- Abelhas contribuem com a produção de café no Brasil
Embora seja possível formar os grãos de café por meio da autopolinização, ou seja, sem ação de animais ou insetos, quando a polinização é feita pelas abelhas o cultivo de café é mais produtivo.
A pesquisa realizada no que Espírito Santo (ES), no Rio de Janeiro (RJ) e no Paraná (PR) comprova o resultado positivo, pois foi observado um aumento de 21% na frutificação pela ação das abelhas.
Vale destacar que cerca de 40 espécies de abelhas silvestres, sendo a maioria do grupo de abelhas sem ferrão, são consideradas aptas para fazer a polinização nos cafezais. Além disso, essa integração entre as abelhas e o café torna a produção mais sustentável e ainda preserva a biodiversidade.
2- Existem cerca de 300 espécies de abelhas nativas no país
Foram identificadas, no Brasil, entre 250 e 300 espécies de abelhas nativas. Desse número, aproximadamente 20 espécies são aproveitadas para a produção de mel. Uma colônia da espécie jataí costuma ter até 5 mil abelhas, conseguindo produzir cerca de 1 litro de mel por ano. Entre as espécies mais produtivas estão as melíponas, que podem produzir até 10 litros de mel por ano.
3- O veneno de abelha pode prevenir artrite
Com base na crença popular de que o veneno da abelha ajuda a curar doenças reumatológicas, a médica Izabella Saad descobriu, em sua pesquisa para a tese de doutorado para a USP, que a crença tem algum fundamento.
A pesquisadora constatou que, numa dosagem correta, o veneno da abelha pode funcionar como remédio para quem tem artrite. Segundo Izabella, isso acontece porque uma inflamação leve no corpo ameniza outra mais grave. “A diminuição da dor causada pela artrite está associada a um cortisol [hormônio liberado em situações de estresse] chamado glicocorticoide. É uma substância endógena, ou seja, que o próprio corpo produz, cuja quantidade aumenta para diminuir as inflamações”, explicou.
Guaraipo é uma abelha sem ferrão nativa das matas de araucárias e da mata atlântica (Foto: Fernando Dias/SEAPDR/Divulgação)
4- O veneno de abelha pode ser usado como um botox natural
Outro uso interessante do veneno de abelha é como um botox natural. A descoberta foi feita pelo pesquisador e apicultor Ciro Protta, sócio proprietário de um laboratório de cosméticos em Tatuí-SP. A explicação é que a pele reage ao veneno aumentando a produção de colágeno e melhorando a elasticidade, dando um efeito de botox.
Assim, o laboratório desenvolveu e passou a vender um produto, aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que contém, além de pólen e mel, a melitina, um aminoácido presente no veneno da abelha. O componente gera uma sensação de picada de abelha na pele e desencadeia uma reação ao veneno. Assim, melhora a circulação sanguínea melhora, elimina peles mortas e reduz as rugas.
Para preservar a vida das abelhas ao obter o veneno, Protta Como criou um equipamento específico para coletar o veneno sem matar as abelhas.
5- Há uma espécie que vive de forma solitária
A espécie de abelha Ceratina (Ceratinula) fioreseana foi descoberta há pouco tempo em uma fazenda em Goiás. Classificada como solitária, não vive em colônias, mas age como uma polinizadora importante em ecossistemas naturais. A Ceratina (Ceratinula) está entre os subgêneros mais diversificados. Das 38 espécies registradas nas Américas, 15 podem ser encontradas no Brasil.
Abelha (Foto: Gettyimages)
6- As picadas de abelha podem levar o indivíduo à morte
As abelhas podem ser fatais para quem é mais sensível a alergias. Uma única ferroada tem o poder de levar uma pessoa a um estado grave. As reações alérgicas variam de acordo com a sensibilidade e com a quantidade de veneno, podendo causar desde uma vermelhidão na pele até um choque anafilático.
É recomendado que a pessoa picada se mantenha calma e aplique uma compressa de água fria ou gelo na região enquanto aguarda o atendimento médico. Também é necessário retirar o ferrão que ficou na pele e lavar o local com sabão e água corrente.
7- Segundos do início do ataque da abelha, cerca de 200 insetos saem da colmeia para dar continuidade
O ataque de um enxame de abelhas geralmente acontece perto da colmeia. Cerca de 20 segundos após uma abelha começar o ataque, outras 200, em média, surgirão voando intensamente e dando novas ferroadas numa perseguição que pode ter mais de 700 metros.
8- Correr em zigue-zague confunde o enxame de abelhas
As abelhas ficam confusas quando a pessoa que está sendo perseguida corre em zigue-zague. Por isso, caso perceba um enxame vindo em sua direção, lembre-se que é possível “enganá-las” quando a corrida não é em linha reta.
abelha-embrapa-sanepar (Foto: Guilherme Schühli)
9- As abelhas se alimentam de quirera e canjiquinha
As abelhas também se alimentam de milho quirera ou canjiquinha, por isso, as plantações podem ficar cheias do inseto. Isso porque os grãos triturados podem ser fonte de proteínas e carboidratos para as abelhas.
10 – Podem ser treinadas para detectar contaminação por Covid-19
Em maio de 2021, pesquisadores da Universidade de Wageningen, na Holanda, e da startup InsectSense afirmam ter treinado abelhas para detectar o coronavírus. De acordo com a pesquisa, as abelhas sinalizam a presença do SARS-CoV-2 estendendo a língua em um teste de estímulo-recompensa. A técnica, segundo eles, pode resultar na criação de um teste rápido e barato para detectar Covid-19.
Fonte: Globo Rural