Mercado também está atento aos efeitos furacão Helene no Hemisfério Norte,à taxa cambial e à alta do petróleo
Os preços da soja com vencimento para novembro operam em queda de 0,87%, a US$ 10,48 o bushel, na contramão dos lucros realizados ontem na bolsa de Chicago.
O ajuste técnico não reflete uma mudança nos fundamentos e o mercado está de olho no clima, em especial com o furacão Helene no Hemisfério Norte, escalada dos conflitos no Oriente Médio, taxa cambial e alta do petróleo, fatores que suportam as cotações dos grãos na bolsa americana.
De acordo com a consultoria Agrifatto, os futuros do grão estão próximos da estabilidade, com tímidas oscilações. “De um lado, o bom ritmo de colheita de uma safra recorde de soja nos EUA e a melhora das previsões climáticas no Brasil no curto prazo exerceram pressão sobre os preços. Por outro lado, os preços foram sustentados pela alta do farelo e do petróleo WTI”, explica em boletim.
Já as negociações de milho e trigo abrem a sessão em alta. No caso dos papéis do milho para dezembro, a valorização é de 0,93%, cotados a US$ 4,3275 o bushel, enquanto o trigo sobe 2,17%, a US$ 6,33 o bushel.
A alta do trigo está suportada, em especial, pelos problemas de escoamento do produto russo pelo Mar Negro, devido a conflitos na região. Isso prejudica a logística e o frete está mais caro.
Além disso, de acordo com o Serviço Nacional de Meteorologia dos EUA, o tempo seco nas Planícies do Sul do país tem prejudicado desenvolvimento das lavouras de primavera. Metade das áreas de cultivo de trigo nas planícies e 40% dos campos no Meio-Oeste sofrerão com déficits de chuva até o início de outubro, esclareceu o serviço.
O milho acompanha este incremento e também é influenciado pelo preço do petróleo. Nesta terça-feira, o USDA também reportou vendas de 195 mil toneladas de milho dos EUA para destinos desconhecidos em 2024/25, o que alerta o mercado para a equação oferta e demanda.