A Vitales firmou acordou com a companhia americana de biotecnologia Gingko Bioworks para se fortalecer nos bioinsumos
O mercado brasileiro de bioinsumos agrícolas cresceu 15% na safra 2023/24, movimentando R$ 5 bilhões em vendas, segundo pesquisa encomendada pela Croplife e realizada pela Blink Inteligência Aplicada.
“Os biofungicidas representam aproximadamente 15% do mercado de insumos biológicos e crescem a uma taxa de quase 70% ao ano. Esse segmento vem crescendo em cima da perda de eficácia dos defensivos químicos”, afirma Fernando Sousa, gerente de marketing da Vitales.
Inicialmente, a empresa vai desenvolver em parceria com a Gingko Bioworks dois biofungicidas, um para a síndrome da morte súbita da soja e outro para combate à mancha-alvo. “Nosso primeiro alvo são produtos para a soja, depois podemos estender as linhas para outras culturas”, acrescenta Sousa. A expectativa da companhia é que os produtos sejam lançados em 2026.
Sousa disse que a escolha da Gingko Bioworks como parceiro deve-se ao fato empresa de desenvolvimento de bioativos deter 370 mil cepas de fungos e bactérias e fazer uso de inteligência artificial para escolher os melhores candidatos para compor os bioinsumos, por análise de DNA. As pesquisas laboratoriais são feitas em Sacramento, na Califórnia, e os testes em lavoura são realizados no Brasil.
Em janeiro, a Vitales anunciou uma parceria com a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq-USP), de Piracicaba (SP), e com a Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) para desenvolver um bioinseticida, um biofungicida, um bionematicida e um inoculante à base de fungos e bactérias.
A expectativa da empresa é que os biofungicidas possam responder por até 20% das vendas com os lançamentos. Atualmente, o portfólio da Vitales é composto por dez produtos entre bioinseticidas, bioinoculantes, biofungicidas e nematicidas biológicos.
A iniciativa é parte do investimento de R$ 20 milhões da Vitales entre 2024 e 2026 para pesquisa e desenvolvimento de produtos. No ano passado, a holding UbyAgro já havia investido R$ 100 milhões na biofábrica da Vitales, em Uberaba, para produção de biofertilizantes, com previsão de produzir 8 mil toneladas de biofertilizantes por ano.
A UbyAgro é uma holding brasileira de nutrição vegetal, formada pela Vitales, Ubyfol, de nutrição vegetal, e Moon Hub, polo de inovação para o agronegócio – este último, uma parceria com a prefeitura de Uberaba e PwC. O grupo tem expectativa de receita da ordem de R$ 1 bilhão em 2024.