Margarida critica a União Europeia por rejeitar produtos melhorados com base na técnica utilizada.
Margarida Oliveira, cientista pioneira na biologia molecular das plantas, afirma que estamos gastando mais recursos do que o planeta pode produzir. Ela defende a produção e comercialização de transgênicos como essenciais para a sobrevivência humana, especialmente devido à escassez de produtos químicos para os agricultores.
Para a cientista do Instituto de Tecnologia Química e Biológica da Universidade Nova de Lisboa (ITQB), esse tipo de interdição já não se justifica. E até pode condenar à fome uma parte da população mundial. “Não se trata de preconceito, mas sim de interesses económicos que têm sido promovidos por muita propaganda que depois influencia a opinião pública”, acusa Margarida Oliveira, em relação aos motivos que considera que levaram à interdição de vegetais geneticamente modificados.
Ela destaca que os agricultores estão enfrentando problemas com pragas e doenças devido à falta de produtos químicos eficazes. Margarida critica a União Europeia por rejeitar produtos melhorados com base na técnica utilizada, em vez de avaliar os resultados alcançados. Ela também menciona o exemplo da mutagênese, que introduz alterações genéticas aleatórias em plantas, mas não é regulamentada ou analisada quanto à qualidade dos produtos resultantes.
Ela ainda destaca a importância da mutagênese como um processo de engenharia genética que nunca foi proibido. Ela lembra o impacto positivo da “revolução verde” no aumento da produção agrícola global e ressalta que muitos vegetais que consumimos passaram por alterações genéticas por meio de cruzamento e seleção humana. Margarida Oliveira compartilhou uma imagem microscópica dos estágios iniciais de crescimento de uma planta de arroz em laboratório durante uma discussão no Podcast Futuro do Futuro.