O uso dos chamados bioinsumos vem crescendo no Brasil, seguindo uma tendência mundial. De acordo com a Embrapa, somente com a cultura da soja, a estimativa é de que seu emprego proporciona uma economia superior a US$ 15 bilhões por ano, especialmente através da fixação biológica de nitrogênio. Isso porque os produtos dessa classe contemplam desde enzimas, microorganismos, feromônios, extratos de plantas ou de micro-organismos, até os ativos voltados para nutrição das plantas e substitutivos de antibióticos. Geralmente usados como fungicidas, os biológicos também são utilizados para acelerar os processos de biodegradação dos resíduos orgânicos, melhorando a estrutura e o perfil do solo, além de contribuir para a liberação de nutrientes para as plantas.
O produtor que adquire os biológicos de empresas deve ficar atento às recomendações dos fabricantes, como seguir o manuseio indicado e contar com o auxílio de profissionais especializados para dar o suporte técnico. O armazenamento é considerado ponto crucial por se tratar de produto muito sensível às temperaturas. Em um barracão sem ventilação adequada, por exemplo, pode ocorrer a morte dos agentes biológicos. Uma dica é não armazenar os produtos por muito tempo após a compra. O gerente de Inovação da Satis, Fabrício Porto, recomenda ainda que o produtor compre sempre os biológicos de empresas registradas pelo Ministério da Agricultura. A empresa mineira Satis, especializada em nutrição vegetal, também vem investindo em pesquisas para desenvolvimento de soluções que empregam estes agentes vivos.
Outro alerta importante é sobre os cuidados na manipulação do material, pois, além dos riscos de contaminação, também há risco de perda de eficácia dos biológicos. Já a produção destes agentes em escala industrial garante o controle de qualidade para evitar que outros micro-organismos presentes no ar e nas pessoas envolvidas no processo não se reproduzam, evitando danos às lavouras ou à saúde humana. Os produtos vendidos em escala comercial também seguem processos rígidos para registro e comercialização, com garantia de pureza, concentração e identidade dos micro-organismos presentes nos biológicos.
Fonte: Revista Cafeicultura