Energia solar na agricultura: saiba como funciona, os diferentes tipos, quanto tempo dura a estrutura implantada na sua fazenda e muito mais!
A energia solar na agricultura ganha cada vez mais importância em todo o mundo. Ela reduz os efeitos das mudanças climáticas, tem baixo custo de produção e é sustentável.
Ela é uma das principais opções para viabilizar a irrigação no campo. E o melhor de tudo: atende desde as pequenas propriedades até grandes fazendas equipadas com pivôs centrais.
Energia solar da horta ao pivô central
Não importa o tamanho da sua propriedade rural.
Se você tem uma horta de 0,5 hectare ou uma fazenda equipada com pivôs centrais, a energia solar trará diversos benefícios:
- autonomia com a geração de energia;
- redução de custos com energia elétrica;
- uso de energia para irrigação ou demanda doméstica na fazenda;
- você pode fazer a venda do excedente de energia para o Sistema Elétrico Brasileiro;
- baixo custo de manutenção;
- mais sustentabilidade, pois é fonte de energia renovável e limpa.
A desvantagem desse sistema de energia é o alto investimento inicial para instalação. No entanto, após dois ou cinco anos, você recupera esse valor de investimento e começa a lucrar.
O sistema dura cerca de 25 anos.
Usina de energia solar em área rural
(Fonte: Canal Solar)
Você pode fazer uma simulação de custos neste link do Simulador Solar, baseado no seu consumo atual de energia.
Outra opção é obter parâmetros mais técnicos de investimentos e custos neste estudo acadêmico sobre uso de energia fotovoltaica.
O estudo foi feito em área irrigada com pivô central no estado de Goiás. Aqui, o custo ultrapassou R$ 1 milhão.
No entanto, o estudo apontou que o sistema de energia fotovoltaica é viável economicamente. Isso mesmo centrando-se apenas na relação custo de produção, investimento e manutenção do sistema.
Não foram inclusos lucros com a venda da energia para o Sistema Elétrico Brasileiro.
Os custos para investimento vão depender de vários fatores, sendo os principais:
- demanda hídrica da cultura agrícola e a área a ser irrigada;
- tipo de sistema de captação de água que consumirá a energia;
- tipo e quantidade de placas fotovoltaicas necessárias para atender a demanda;
- quantidade de baterias utilizadas para armazenamento;
- estrutura necessária para instalar os equipamentos.
O custo de implantação depende de vários fatores além da demanda de energia.
Como funciona o sistema de energia solar
A energia solar vem da luz e do calor do sol, por ondas emitidas por ele.
Existem duas formas de energia solar: a térmica e a fotovoltaica, a mais utilizada na cidade e no campo.
Energia solar térmica
Esse tipo de energia também é chamada fototérmica. Nela, a energia do sol é utilizada na forma de calor para aquecer outro corpo, por meio de placas solares.
Também podem ser utilizados tubos à vácuo para transferir o calor para um meio líquido. Esse tipo de energia é muito utilizado em áreas residenciais urbanas.
Energia solar fotovoltaica
A energia solar fotovoltaica utiliza módulos solares. O calor e a luz do sol são transformados em energia elétrica.
Por isso, quanto maior a radiação solar nas placas solares, maior a quantidade de energia elétrica que será gerada.
Quando a energia solar é ligada ao Sistema de Energia Brasileiro, ela se chama “on-grid” e quando não é, “off-grid”.
Crescimento na agricultura brasileira
O uso da energia solar na agricultura cresceu 1,3 mil vezes nos últimos 5 anos, segundo a Absolar (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica).
Centenas de empresas nacionais e estrangeiras têm oferecido serviços e equipamentos diversos para atender as mais diversas demandas.
Isso favorece a diversidade na qualidade dos equipamentos e nos preços.
Em 2021, houve no Brasil o dobro da importação de painéis solares, em comparação com 2020, segundo a Abinee (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica).
A compra dos equipamentos para energia solar em outros países deve chegar este ano a cerca de R$ 11,2 bilhões, aumento de 98% em relação ao ano passado.
Isto resulta também em novas oportunidades no agro, como a instalação no Brasil, por uma empresa multinacional, do primeiro pivô central movido à energia solar do mundo.
O sistema tem potência de 128 kWp, e pode irrigar quase 100 hectares por uma média de 6 a 8 horas por dia.
Área de irrigação com pivô central que funciona com energia solar
(Fonte: Valmont)
Investir em energia solar fotovoltaica pode ter um custo alto. Porém, o lado bom é que a implantação do sistema pode ser financiada por meio do Plano Safra, do Governo Federal.
No Plano Safra, há o Programa ABC (agricultura de baixo carbono).
Através do programa, é possível ter acesso a projetos que incluem energia solar, como a Proirriga (financia projetos de irrigação) e Inovagro (de inovação e tecnologia).
Energia solar e os novos desafios do agronegócio
O agronegócio brasileiro tem sido cada vez mais cobrado pela comunidade internacional a desenvolver práticas sustentáveis.
Além disso, internamente, o setor é obrigado a lidar com mudanças climáticas. Em 2021, elas causaram diversos danos nas regiões Sul e Centro-Sul, com secas e geadas.
Cada vez mais é preciso buscar meios de reduzir riscos na atividade agrícola.
Uma das formas de fazer isto é por meio da energia solar, pois ela favorece a implantação ou expansão das áreas irrigadas.
Segundo a ANA (Agência Nacional de Águas), há no Brasil 8,2 milhões de hectares com sistemas de irrigação.
Desses, 5,3 milhões de hectares são com água de mananciais e 2,9 milhões de hectares com fertirrigação com água de reúso.
Assim, o fortalecimento da competitividade do agronegócio brasileiro passa também pela expansão das áreas com energia solar.
Conclusão
A energia solar na agricultura apresenta diversos benefícios. Apesar de seu custo inicial ser alto, ela se torna lucrativa com o tempo e promove a sustentabilidade na fazenda.
Busque informações sobre como implantar a energia solar em sua fazenda. Antes disso, consulte preços dos equipamentos, além de buscar financiamentos.
Eu nunca ouvi falar de alguma pessoa que se arrependeu por implantar a energia solar e você, muito provavelmente, não será a primeira.