As vendas ao exterior estavam proibidas desde 2023, devido ao baixo volume de estoques no país
A Índia autorizou no último sábado, 28 de setembro, a retomada das exportações de arroz branco não-basmati. As vendas ao exterior estavam proibidas desde 2023, devido ao baixo volume de estoques no país.
O aumento das exportações de arroz da Índia fortaleceria o abastecimento global e reduziria os preços internacionais, forçando outros grandes exportadores do produto, como Paquistão, Tailândia e Vietnã, a baixarem seus preços, disseram traders internacionais, segundo Patricio Méndez del Villar, presidente Centro de Cooperação Internacional em Pesquisa Agronômica para o Desenvolvimento (Cirad) da França.
Nova Déli estabeleceu um preço mínimo para as exportações de arroz branco não-basmati de US$ 490 por tonelada. Isso ocorreu um dia após o governo reduzir a taxa de exportação de arroz branco para zero, informaram o Cirad e agências internacionais.
A decisão de Nova Déli de permitir que os comerciantes vendam arroz branco não-basmati no mercado mundial segue uma série de medidas para aliviar as restrições de exportação em variedades premium, como o basmati aromático e o arroz parboilizado. Na sexta-feira, a Índia também reduziu o imposto de exportação do arroz parboilizado para 10%, em comparação com os 20% anteriores.
No início deste mês, o governo eliminou um preço mínimo para as exportações de arroz basmati para ajudar milhares de agricultores que reclamavam da falta de acesso a mercados lucrativos no exterior, como Europa, Oriente Médio e Estados Unidos.
Impulsionados por chuvas de monção abundantes, os agricultores plantaram arroz em 41,35 milhões de hectares na Índia nesta safra, em comparação com 40,45 milhões de hectares no ciclo passado e uma média de 40,1 milhões de hectares nos últimos cinco anos.
No Brasil, o plantio de arroz da safra 2024/25 está começando e chuvas têm atrapalhado os trabalhos no Rio Grande do Sul, responsável por 70% da produção nacional.
Nesta entressafra e com as incertezas sobre a nova temporada, o preço do cereal atingiu na última semana o maior valor desde 30 de junho, de R$ 119,47 a saca de 50 quilos.
Apesar disso, está longe dos patamares históricos registrados no ano passado, de R$ 180 a saca, quando, com a ajuda da restrição indiana, a cotação internacional também bateu recorde e o governo brasileiro ensaiou um leilão para importação.