Produção nacional de trigo deve cair, mesmo com crescimento no RS

Para a consultoria StoneX, a safra gaúcha, maior do Brasil, cresce mais de 30%, mas Paraná e São Paulo devem compensar e puxar o número total para baixo

A produção de trigo do Rio Grande do Sul deve aumentar, mas será compensada por perdas nos Estados do Paraná e de São Paulo. É a avaliação da Consultoria StoneX, que prevê uma queda na colheita do cereal no Brasil neste ano. A empresa prevê uma safra de 7,5 milhões de toneladas, 7% a menos que a anterior.

A StoneX diminuiu sua previsão de safra no Paraná de 2,76 milhões para 2,47 milhões de toneladas, 10% a menos que na temporada passada. A colheita me São Paulo deve ter uma queda de 27% no volume de uma safra para outra, com uma colheita de 264 mil toneladas.

Já a produção gaúcha do cereal deve chegar a 3,75 milhões de toneladas, aumento de 31%. Para a Stonex, o trigo produzido no Rio Grande do Sul, de qualidade elevada, deverá abastecer a demanda de outros estados, como o Paraná.

“Caso a demanda interna seja, de fato, atendida pelo trigo gaúcho, a necessidade de importações poderá diminuir. Por isso, será importante continuar monitorando o andamento da safra gaúcha, especialmente porque ela se encontra em uma fase crucial e já enfrentou desafios devido ao excesso de chuvas no início da colheita”, disse a consultoria, em nota.

A previsão da StoneX é mais conservadora do que a da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Rio Grande do Sul (Emater/RS) para a produção do Estado. Na visão dos técnicos da estatal, a colheita deve chegar a 4,12 milhões de toneladas. A previsão anterior, divulgada em junho, era de 4,06 milhões.

Na comparação com a safra passada, é um aumento de 57,22%, mesmo com uma diminuição de área de 12,2%, para 1,31 milhão de hectares. A produtividade deve ser determinante do resultado, com um aumento de 78% na comparação anual, chegando a 3,116 toneladas por hectare.

O Rio Grande do Sul lidera a produção nacional de trigo. Neste momento, produtores gaúchos dão andamento aos trabalhos de colheita, que chegaram a 64% da área, e estão em atraso na comparação com os 79% colhidos um ano e também abaixo dos 67% da média para o período.

Consumo e importações

Embora preveja uma queda na produção nacional de trigo, a StoneX avalia que o Brasil deve importar 6,49 milhões de toneladas, volume 1,5% inferior ao da safra passada. A exportações também devem cair, de 2,5 milhões para 1,5 milhão de toneladas. Esse recuo, de 46,2% comparado ao volume exportado na safra passada, pode ser atribuído a vários fatores.

“Entre os motivos, estão a possível antecipação das exportações de soja, a interrupção das operações em um terminal no porto de Rio Grande (RS) e a perda de competitividade nos preços do trigo brasileiro, o que pode ter afastado potenciais compradores”, continua o relatório.

Com relação ao consumo doméstico, o panorama permanece estável em relação ao que havia sido projetado no mês passado, com 12,5 milhões de toneladas. A previsão de estoques foi cortada em 2,5%, para 406,6 mil toneladas, 19,6% mais que no fim do ciclo passado.

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