Dados foram divulgados pelo boletim mensal da Conab
O mês de agosto registrou queda nos preços das principais hortaliças consumidas no país, enquanto as frutas aumentaram de valor. Os dados constam no 9º Boletim do Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort), divulgado nesta terça-feira (24/09), pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
O estudo, que coleta dados nas principais Centrais de Abastecimento (Ceasas) do país, detectou que alface, batata, cebola, cenoura e tomate tiveram preços menores no mês, com destaque para a cebola, que decresceu 31,6%.
Os percentuais de baixa para a cebola foram mais acentuados nas Ceasas de São José/SC (45,3%) e de Recife/PE (39,4%). O motivo pode ter sido a oferta crescente e a origem do bulbo em diversas áreas produtoras, notadamente por remessas feitas a partir da Bahia, Pernambuco, Goiás e São Paulo. Minas Gerais também enviou um volume significativo aos mercados, mas abaixo do observado em julho, afirmou a Conab, no texto.
A batata caiu em média ponderada 23,7% no mês, enquanto o tomate decresceu 19,3%; a alface 16,9% e a cenoura, 15,5%.
No caso do tomate, o preço médio vem em queda desde junho, com a oferta bastante pulverizada. Para a alface, a diminuição foi em quase todas as Ceasas analisadas no boletim, com exceção da Ceasa/RJ, que apresentou alta de apenas 1,6%, e da Ceasa/GO, que mostra absoluta estabilidade de preço dessa hortaliça.
Frutas
O preço das frutas contraria o das hortaliças e também o comportamento registrado em julho, com altas para o mamão, banana, laranja e maçã. A melancia foi a única fruta analisada que apresentou queda na média ponderada, segundo a Conab. A autarquia afirma que o calor permitiu o amadurecimento das melancias e o crescimento da oferta em todos os estados.
Já o mamão foi a fruta com maior alta, 48,9% na média ponderada, com destaque para as Ceasas de Vitória/ES (122,6%) e Ceagesp/SP (81,5%), onde os preços médios registrados foram R$ 5,49 e R$ 5,20 o quilo, respectivamente.
Para a banana, o aumento ocorreu devido à estiagem no norte mineiro e na Bahia, além do estresse térmico na Região Sul, que afetou bastante a produção de banana nanica. A previsão é que a oferta de banana nos mercados deverá melhorar no fim do ano, diz a Coanb.
Quanto à laranja, a elevada destinação para a indústria de suco, em um contexto de oferta restrita, provocou a alta de preços. “A colheita das variedades tardias deve iniciar em setembro, muitas dessas já comprometidas por causa de contratos com a indústria”, escreveu a Conab, no boletim.
Por fim, a maçã teve queda da comercialização e aumento dos preços, 0,47% em agosto, num contexto de quebra de safra no Sul. “Com o controle das câmaras frias pelas classificadoras e o aumento da demanda nos primeiros dois terços do mês, principalmente com a volta às aulas, os preços subiram. As exportações continuaram baixas, devido ao baixo volume da safra atual, e as importações estiveram bastante aquecidas, tendo causado preocupação nos produtores ao pressionarem seus preços de venda.”