Para os negócios de café, a semana foi pautada pela frente fria que os institutos de meteorologia indicavam que chegaria sobre os cafezais do sudeste brasileiro a partir da quarta-feira.
Os contratos para julho próximo, que após a alta explosiva da quarta-feira da semana passada, quando subiram 1.610 pontos, fechando o dia a US$ 2,1990 por libra peso, haviam recuado 460 pontos na quinta e 140 pontos na sexta-feira passada, em um movimento de acomodação e ajustes, trabalharam em forte alta na segunda-feira desta semana. Subiram 1.090 pontos e encerraram o dia valendo US$ 2,2480 por libra peso.
Na terça-feira, esses contratos apresentaram ganhos de 240 pontos, valendo US$ 2,2720 por libra peso. Na quarta-feira, encerraram o pregão em queda de 960 pontos, a US$ 2,1760 por libra peso. Ontem, fecharam o dia em alta de 110 pontos, a US$ 2,1870 por libra peso.
Nesta sexta-feira trabalharam em baixa. Oscilaram 900 pontos entre a máxima e a mínima do dia, encerrando o pregão em queda de 285 pontos, valendo US$ 2,1585 por libra peso. Na sexta-feira passada, fecharam a semana a US$ 2,1390. No balanço desta semana, esses contratos subiram 195 pontos. No balanço da semana passada subiram 345 pontos.
O nervosismo dos operadores na ICE em Nova Iorque acompanhou as informações meteorológicas que chegavam ao mercado. As temperaturas nas madrugadas de ontem e anteontem, nas regiões cafeeiras de São Paulo e Minas Gerais, chegaram a números baixos, críticos, mas as condições locais de umidade e vento nos cafezais evitaram danos mais sérios aos cafeeiros.
As temperaturas na madrugada desta sexta-feira nas regiões cafeeiras de São Paulo e Minas Gerais, que os meteorologistas indicavam como provavelmente menos perigosas em relação às duas madrugadas anteriores, da quarta e da quinta-feira, surpreenderam. As temperaturas foram bastante baixas e, hoje, as condições locais de umidade e vento permitiram geadas leves, pontuais, de fraca intensidade, em baixadas, relvas e cafezais mal localizados. Há relatos de ocorrências desde o sul de Minas até o Cerrado Mineiro. Não recebemos relatos de danos sérios em cafezais.
Esta frente fria, que chegou ao sudeste brasileiro precocemente, em meados de maio, subindo com força até a região do Cerrado Mineiro, “bateu na trave”. Foram três madrugadas perigosas, e, por muito pouco, não tivemos estragos mais sérios. Serve como um alerta para o mercado de café, que não vêm dando a devida atenção para a delicada situação dos fundamentos. Os estoques são baixos nos países consumidores e praticamente não existem nos países produtores. Os embarques brasileiros caíram em abril último e devem continuar a cair neste mês e no próximo. Começamos a colher uma safra bastante prejudicada por problemas climáticos e essa onda de frio confirma que as incertezas climáticas continuam.
Em relatório divulgado hoje (20), analistas do Rabobank disseram que a demanda por café em países não produtores subiu 6,9% no primeiro trimestre deste ano, em comparação com o mesmo período do ano passado .
No mercado cambial brasileiro, o dólar oscilou bastante frente ao real por toda a semana. Hoje, fechou em baixa de 0,87%, valendo R$ 4,8740. Ontem, recuou 1,32%, a R$ 4,9170. Na sexta-feira passada, fechou em queda de 1,61%, a R$ 5,0580. Na sexta-feira anterior, terminou a semana a R$ 5,0750.
Em reais por saca, os contratos para julho próximo na ICE terminaram o dia valendo R$ 1.391,66. Na sexta-feira passada, fecharam valendo R$ 1.431,15. Na sexta-feira anterior, encerraram a semana a R$ 1.412,80.
Os estoques de café certificado na ICE, em Nova Iorque, caíram 3.348 sacas ontem. Encerraram a quinta-feira em 1.104.948 sacas. Há um ano eram de 2.035.721 sacas, caindo, neste período, 930.773 sacas.
No mercado físico brasileiro, o valor das ofertas oscilou ao longo dos dias, acompanhando o sobe e desce do dólar frente ao real e dos contratos de café na ICE Futures US. Os cafeicultores, em sua maioria, permaneceram fora do mercado acompanhando a subida da frente fria.
A “Green Coffee Association” divulgou que os estoques americanos de café verde totalizaram 5.906.606 em 30 de abril de 2022, uma alta de 86.308 sacas em relação às 5.820.298 sacas existentes em de março de 2022.
Até dia 20, os embarques de maio estavam em 777.012 sacas de café arábica, 41.884 sacas de café conilon, mais 40.590 sacas de café solúvel, totalizando 859.486 sacas embarcadas, contra 1.499.904 sacas no mesmo dia de abril. Até o mesmo dia 20, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em maio totalizavam 1.451.202 sacas, contra 2.021.060 sacas no mesmo dia do mês anterior.