Novo choque de preços no mundo; petróleo chega a cair 30% e arrasta as commodities

two oil pumps silhouette

A Arábia Saudita decidiu reduzir em 10% seus preços de exportação de petróleo, no que pode ser o começo de uma guerra de preços contra a Rússia, mas com repercussões também na Venezuela, no Irã e até em empresas americanas do setor. Com a decisão, os preços de negociação internacional despencavam neste domingo, 8, com o barril do petróleo tipo Brent recuando 31,03%, a US$ 28,47, na Intercontinental Exchange (ICE), em Londres. É a maior queda desde 1991, ano da Guerra do Golfo.

ÀS 2h30 (horario de Brasília) os preços mundiais apresentavam o seguinte quadro:

Soja: 871.88 (-2.04%)

Milho: 369.62 (-1.80%)

Trigo: 507.38 (-1.19%)

Café Contrato C:  107.20 (-3.73%)

Açúcar NY nº11: 13.07 (-2.61%)

Algodão nº2:  61.08 (-2.79%)

Petróleo WTI: 28.47 (-31.03%)

Ouro: 1,666.40 (-0.36%).

A decisão saudita de cortar os preços foi uma retaliação à Rússia, que se recusou a participar de um movimento da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) para reduzir a produção de petróleo e segurar os preços do produto, que estão em queda por causa da desaceleração econômica decorrente da epidemia do coronavírus.

O entrave poderia beneficiar o consumidor, mas um colapso prolongado dos preços aumentaria a pressão sobre as empresas petroleiras. Países em desenvolvimento que dependem de petróleo, como Nigéria, Angola e Brasil, também podem sofrer desacelerações econômicas significativas.

O primeiro grande impacto foi sentido pela própria Arábia Saudita. As ações da Saudi Aramco, empresa nacional de petróleo, caíram mais de 9% ontem. A Bolsa de Riad recuou mais de 8%.

Enquanto cortam os preços, as autoridades sauditas se preparam para aumentar a produção de petróleo para compensar a perda de receita. A China, maior importadora de petróleo, comprou o produto a preços baixos para estocá-lo.

A Arábia Saudita é o maior exportador de petróleo do mundo e produz cerca de 9,7 milhões de barris por dia, abaixo da sua capacidade de aproximadamente 12 milhões de barris. Se produzir mais petróleo a ajudará é outra questão.

Não há solução fácil para a situação que a Arábia Saudita e o resto da indústria do petróleo enfrentam. O mundo está inundado de petróleo, dizem os analistas, e a demanda provavelmente continuará em queda.

Ações da Aramco têm valor abaixo do IPO pela 1ª vez com fracasso de acordo na Opep

DUBAI (Reuters) – As ações da petrolífera estatal saudita Aramco caíram neste domingo abaixo do preço de oferta pública inicial (IPO) pela primeira vez desde que começaram a ser negociadas em dezembro, depois que o pacto da Opep com a Rússia para restringir o fornecimento de petróleo desmoronou na sexta-feira.

As ações da Aramco fecharam em queda de 9,1%, a 30 riyals (8 dólares), a queda percentual mais acentuada em um dia e abaixo do preço do IPO de 32 riyals. O mercado saudita fechou em queda de 8,3%.

A lua de mel entre a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e aliados como a Rússia (Opep+), que já durava três anos, entrou em colapso na sexta-feira, depois de Moscou se recusar a apoiar cortes mais profundos na produção de petróleo, que visavam lidar com a epidemia de coronavírus, e a Opep responder à ação removendo todos os seus próprios limites de bombeamento.

Bolsonaro volta a reclamar dos governadores que impedem a redução de ICMS dos combustíveis

MIAMI (Reuters) – Em seu primeiro dia efetivo em Miami, o presidente Jair Bolsonaro usou o tempo livre para ir a um shopping e almoçar em uma churrascaria brasileira, onde encontrou convidados como o ex-piloto de Fórmula 1 Emerson Fittipaldi, com quem aproveitou para criticar os aumentos nos combustíveis e a reação dos governadores a sua proposta de zerar o ICMS do produto.

Ao terminar o almoço, parou para gravar um vídeo ao lado de Fittipaldi e aproveitou para criticar mais uma vez o grupo de governadores que se opõe a sua ideia de mudar a cobrança do ICMS do setor.

“Pela 5a vez nós baixamos o preço do combustível. A última vez foi 5% na refinaria. Sabe quanto baixou na bomba? Zero. Isso é o Brasil. E quando eu falo de quem é a responsabilidade, 20 personalidades fazem listinha para dar pancada em mim, que eu estou atingindo os governadores. Não estou, estou mostrando a realidade”. disse.

Bolsonaro responsabiliza os governadores e a cobrança do ICMS pelo fato dos combustíveis não baixarem de preço ao consumidor final e chegou a desafiá-los a zerar o ICMS que, em troca, zeraria os impostos federais. A proposta foi descartada pela equipe econômica.

Ao sair do restaurante, abordado por jornalistas para falar sobre o jantar com o presidente norte-americano Donald Trump, apenas disse que “continuam as tratativas”, que tudo está indo bem e o relacionamento com Trump está “cada vez melhor.”

Bolsonaro fez questão de testar sua popularidade em meio à comunidade brasileira e latina de Miami, com quem tem encontro oficial na tarde de segunda-feira. Ao sair do restaurante, um grupo o esperava e o presidente tirou fotos e distribuiu abraços.

À tarde, Bolsonaro foi a um outlet, um shopping de descontos a pouco mais de 20 quilômetros do hotel em que está hospedado, Acompanhado de poucos seguranças, tomou um milk shake e tirou fotos com curiosos.

“São jovens basicamente da América do Sul que vieram falar comigo. Sabemos da nossa responsabilidade e torcemos para que o Brasil melhore”, disse em uma live transmitidas nas suas redes sociais.

AGENDA LIVRE

Bolsonaro chegou no início da tarde de sábado à Flórida, na sua quarta viagem aos Estados Unidos em menos de 15 meses, mas foi direto à Palm Beach, onde à noite jantou com Donald Trump.

Neste domingo, começou o dia com uma visita ao Comando Militar norte-americano do Sul, onde foi assinado um acordo de desenvolvimento de tecnologia com o governo dos EUA . Depois disso, apesar do almoço ter sido organizado e pago pelo Consulado brasileiro em Miami, a Presidência o considerou uma agenda privada, e nada foi informado do que faria o presidente tarde e à noite.

Nesta segunda-feira, Bolsonaro abre um seminário empresarial pela manhã e, à tarde, terá um encontro com a comunidade brasileira, cerca de 300 pessoas, organizada pela Associação de Pastores do Sul da Flórida, ligados a igrejas evangélicas.

Fonte:

Reuters

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